Empurrando com a barriga
Entre o discurso do Governo Dilma
e a prática há uma distância muito grande. O pacote de R$ 9 bilhões anunciado
em Fortaleza, diante de todos os governadores nordestinos, ainda não saiu do
papel ou pouco foi feito.
Em alto e bom som, a presidente
garantiu que as dívidas dos produtores rurais atingidos pela estiagem seriam
prorrogadas ou perdoadas. Passados mais de 15 dias, os bancos continuam
cobrando a fatura aos inadimplentes.
De passagem ontem por Petrolina,
onde discutiu medidas para o pós-seca, o ministro do Desenvolvimento Agrário,
Pepe Vargas, foi cobrado pelo secretário de Agricultura, Ranilson Ramos. Segundo
ele, 100 mil produtores estão enforcados com dívidas no Banco do Brasil e no
Banco do Nordeste que totalizam R$ 374 milhões.
Em se tratando de Nordeste, este
valor sobe para R$ 6 bilhões. A rolagem dessas dívidas é emergencial para o
fortalecimento do setor produtivo do Nordeste, porque, segundo Ranilson, o
agricultor depende da regularização da sua situação bancária para buscar novos
empréstimos com vistas a investir na recomposição das pastagens e do rebanho
bovino, além de abrir poços para aumentar suas reservas hídricas.
Pepe não garantiu que a promessa
de Dilma será cumprida, porque a normatização não depende dele, mas da equipe
econômica, especialmente o Banco Central.
A decisão de Dilma é política e
atende a uma pressão dos setores produtivos do Nordeste, mas se ela própria não
acompanhar de perto os tecnocratas do seu Governo, insensíveis, vão continuar
empurrando com a barriga.
O FATOR SERRA– Há um receio enorme no PSDB em relação a uma
possível travessia do ex-governador de São Paulo, José Serra, para o MD. Os
tucanos incentivam a entrada do governador Eduardo Campos, pelo PSB, e Marina
Silva, pela Rede, na corrida presidencial, mas temem perder o apoio de Serra,
porque as pesquisas indicam que Aécio Neves, o candidato do partido, perde
aderência no maior colégio eleitoral do País, podendo não chegar ao 2º turno.
Ira palaciana
O governador Eduardo Campos ficou irado, ontem,
quando soube que fiscais que atuam no posto do Ibó,
próximo a Salgueiro, retiveram duas carretas com milho para distribuir com os
criadores de gado em Arcoverde. Acionado, o secretário da Fazenda, Paulo
Câmara, mandou liberar as cargas imediatamente.
Biometria continua - O eleitor pernambucano está trocando as bolas
em relação ao prazo fatal para regularizar o seu título com a migração para o
sistema biométrico. Orson Lemos, assessor da Corregedoria do Tribunal Regional
Eleitoral, explica que vence amanhã, dia 25, o prazo apenas para os que quem
não votaram nos últimos três anos ou não apresentaram nenhum tipo de
justificativa.
Só acionando - Em Santa Maria da Boa Vista, o ex-prefeito Jetro
Gomes (PSB), cassado por ser ficha suja, registrou sua candidatura para mais na
frente dar um golpe: renunciar, porque é inelegível, e colocar um parente em
seu lugar. O que diz a justiça eleitoral em relação a isso? Até agora, nenhum
pio, porque alguém tem que acionar o Tribunal Regional Eleitoral. Estranho,
não?
Intervenção
O deputado Sérgio Leite garante que a executiva
estadual do PT anula, em reunião no próximo sábado, a decisão do partido em
Paulista de aderir ao prefeito Júnior Matuto (PSB), ocupando cargos no Governo.
“A decisão não foi do diretório municipal, mas de um pequeno grupo isolado e
não vai prevalecer”, afirmou.
CURTAS
O SUCESSOR – Já está praticamente certo que o secretário de
Agricultura, Ranilson Ramos, que se despede do cargo para assumir o Tribunal de
Contas do Estado, será substituído por um técnico e não um político. E o nome
já está escolhido: Aldo Santos, que toca o programa Agricultura Familiar.
SÃO JOÃO– Lançado, ontem, no Recife, pela prefeita Madalena Brito
(PTB), o São João de Arcoverde deste ano promete repetir o sucesso dos anos
anteriores. Diferente de outros municípios do Sertão, que não farão os festejos
juninos, Arcoverde mantém por ser um evento rentável, movimentando a economia
com R$ 40 milhões.
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