Vitória de Santo Antão teve uma
expansão significativa há cerca de cinco anos, com a chegada da Sadia. Entre os
motivos que impulsionam a cidade está a proximidade com o Recife, a 50
quilômetros, e com Suape, a 70 quilômetros. De acordo com o secretário de
planejamento do município, José Barbosa, a duplicação da BR-232 chegou a
prejudicar Vitória no início, já que o trecho da BR que passava por dentro da
cidade foi desativado e construída a nova pista que passa por fora do
município. “Essa mudança prejudicou principalmente o comércio de veículos da
cidade. Hoje vemos que se a BR tivesse permanecido no centro de Vitória teria
prejudicado a expansão da cidade.”
O distrito industrial de Vitória
se desenvolve às margens da BR-232 e vai ganhar o quarto módulo. No primeiro
núcleo, além da Mondelez (Kraft) devem se instalar mais cinco indústrias,
afirma José Barbosa. O segundo módulo industrial de Vitória comporta a unidade
da Metalfrio, produtora de geladeiras. Também são aguardadas para o local uma
unidade da fabricante de confeitos Docile e a produtora de computadores Elcoma.
A unidade da Sadia fica no terceiro núcleo do distrito industrial. Hoje a
unidade produz embutidos, mas deverá receber uma nova unidade produtora de
margarina. No quarto módulo, há dez empresas instaladas, como a Acinor (blocos
intertravados de concreto), a Nordeste Tintas, a fabricante de aditivos
químicos Baushemie, a fabricante de piscinas Igui e a Anjo Química.
“Temos cartas de intenção
formalizadas com 45 empresas, algumas já em fase de elaboração de projeto, como
a Aluvid (fabricante de alumínio), Alumiaço (vidros), Ruplast (plásticos),
Topmix (embalagens de papel), Multicaixas (embalagem de papelão) e Leonan
Móveis”, afirma o secretário de planejamento. As indústrias de pequeno e médio
porte empregam entre 100 e 200 pessoas, estima José Barbosa. “Este ano, a nossa
estimativa de arrecadação será de cerca de R$ 200 milhões, por conta das
indústrias.” A cidade também vai ganhar seu primeiro shopping center este ano,
o Vitória Park.
A retomada da economia da cidade
também trouxe a reboque o inchaço populacional. As oportunidades de emprego
atraíram pessoas de outros municípios e também fez com que muitos moradores que
tinham ido embora retornassem à cidade. Há forte demanda por moradias populares
na cidade. Com o financiamento do Minha Casa, Minha Casa, Minha Vida (MCMV),
uma parcela significativa da população comprou a casa própria, destaca o
escrevente do Cartório de Registro Geral de Imóveis José Borba, Diego Borba.
“O aluguel residencial em Vitória
é muito alto, entre R$ 500 e R$ 1.000. Por conta desse alto preço, muita gente
aproveitou para comprar imóvel com o Minha Casa, Minha Vida. O número de
financiamento habitacional aumentou entre 800% e 1000% nos últimos oito anos.
Entre 2005 e 2006, havia cerca de dois financiamentos por mês na cidade, que
hoje tem uma média de 40 financiamentos por mês, o que representa uma expansão
de 1.900%”, diz. Hoje Vitória tem cerca de 4 mil unidades habitacionais em
construção, entre casas, apartamentos e lotes.
A expansão imobiliária, no
entanto, não acontece de forma ordenada. “A cidade inchou, tem um crescimento
muito adensado. Há problemas como dificuldade para estacionar veículos, falta
água, que chega a cada 20 dias”, diz Diego Borba.
“Acreditamos que temos hoje uma
população em torno de 150 mil habitantes. Vitória tem demandas de uma cidade
grande, mas com estrutura de cidade pequena, o que gera problemas de
mobilidade, de abastecimento de água”, reconhece o secretário.
Do JC Online
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