O programa partidário do PSB
neste semestre é a aposta mais alta do partido para fazer deslanchar a
pré-candidatura a presidente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Ele é a estrela principal da
propaganda de 10 minutos de duração. O filme vai ao
ar em rede nacional de TV a partir das 20h30 de hoje (25. abr.2013). O vídeo
está publicado neste post.
O programa do PSB reforça o
discurso de Eduardo Campos nos últimos meses. Há no filme várias críticas ao
governo de Dilma Rousseff, mesmo sem citar o nome da petista.
Campos aparece sempre em
supercloses –uma mensagem subliminar para enfatizar a juventude do político
pernambucano, que tem hoje 47 anos. Em três trechos do filme, o foco fica
apenas nos olhos claros do pré-candidato.
Eis uma das falas de Campos:
“Avançamos [no Brasil], mas deixamos de fazer mudanças fundamentais. Temos um
Estado antigo, quer seja na esfera municipal, estadual ou federal. Ainda traz
as marcas do atraso e do elitismo (…) Ou avançamos agora, ou corremos o risco
de regredir nas conquistas do nosso povo. Temos que ter a humildade de admitir
e a coragem de enfrentar os problemas que estão aí, batendo à nossa porta. O
Brasil precisa dar um passo adiante. E nós do PSB vamos dar esse passo junto
com o Brasil.”
O governador é popular em seu
Estado, Pernambuco, e entre os políticos de todos os partidos. Mas é ainda
pouco conhecido do grande eleitorado do Sul e do Sudeste. Na última pesquisa
Datafolha sobre a eleição presidencial, Eduardo Campos apareceu como preferido
de 6% do eleitorado. Dilma teve 58%; Marina Silva, que tenta fundar um novo
partido chamado “Rede”, ficou com 16%; Aécio Neves (PSDB), com 10%.
O filme do PSB faz uma opção pela
politização do discurso. Começa com um texto e imagens em preto e branco
falando da redemocratização. São citados políticos de todos os partidos.
Esse tipo de discurso é correto
do ponto de vista histórico, pois dá crédito a todos que ajudaram a construir a
atual democracia brasileira. Mas marqueteiros em geral fogem desse assunto como
o diabo da cruz –sob o argumento de que a maioria do eleitorado rejeita esse
tipo de abordagem.
Em certa medida, portanto, o
filme do PSB para promover Eduardo Campos contém uma dose razoável de risco.
Não há como saber como será a reação dos telespectadores-eleitores.
Em um dos trechos do programa,
por exemplo, Eduardo Campos relata que é herdeiro da “esquerda democrática” de
seu avô, Miguel Arraes, e que é fiel a seus aliados, mas que faz críticas
quando necessário. A mensagem implícita: o PSB participa do governo do PT, mas
quer mudanças.
“Somos um partido [o PSB] que defende as suas alianças, mas seremos
sempre um aliado participante, propositivo, crítico quando a crítica é necessária.
Mudanças fundamentais continuam sendo adiadas hoje como sempre foram no
passado. A reforma fiscal, a revisão do pacto federativo, a reforma política.
Para avançar não temos outra escolha. É preciso contrariar os interesses da
velha política, que está instalada na maquina pública. Cargo público tem que
ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espírito de liderança. E
não por um incompetente que é nomeado só porque tem um padrinho político
forte.”
Também aparece no vídeo o líder
do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, do Rio Grande do Sul. Ele exalta feitos dos
governos do PSB no Ceará, em Belo Horizonte e em Pernambuco.
A fala de Beto Albuquerque tem um
endereço óbvio. Ao afagar a administração do PSB no Ceará sua intenção é
agradar ao governador daquele Estado, Cid Gomes, que tem dado a entender que
prefere apoiar a reeleição de Dilma Rousseff em 2014.
No caso do prefeito de BH, Márcio
Lacerda, a tendência mais natural é que se desgarre do PSB e dê apoio ao tucano
Aécio Neves na corrida pelo Planalto.
O líder do PSB no Senado, Rodrigo
Rollemberg, que pretende disputar a eleição para governador do Distrito
Federal, também aparece, mas por pouco tempo. Ele fala sobre o apoio que o PSB
deu no Congresso à aprovação da PEC das Domésticas, que estendeu benefícios da
CLT à categoria.
Portal Uol
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