Chorão se apresenta em Salvador
(Foto:Arquivo/Thiago Teixeira/Agência ATarde/Folhapress)
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Uma overdose de cocaína matou
Alexandre Magno Abrão, conhecido como Chorão, do grupo Charlie Brown Jr.,
aponta o laudo necroscópico da Polícia Técnico-Científica de São Paulo. O
vocalista da banda foi encontrado morto em 6 de março no seu apartamento na
Zona Oeste da capital paulista.
O laudo considera resultados do
exame toxicológico número 5054/2013 do Instituto Médico-Legal (IML) feito no
corpo de Chorão. O exame toxicológico apontou que o corpo apresentava 4,714
microgramas da droga por mililitro de sangue. Segundo os peritos, foi possível
concluir, a partir dos testes, que a causa da morte foi "intoxicação
exógena devido à cocainemia".
O laudo necroscópico, que tem o
número 758/2013, será anexado ao inquérito da Polícia Civil. Após ser
concluído, o inquérito será encaminhado ao Fórum da Barra Funda para apreciação
do Ministério Público e da Justiça. O processo pode ser arquivado.
O psiquiatra Thiago Fidalgo,
coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explicou a definição constante do
laudo. “Isso significa que ele morreu após consumir grande quantidade de
cocaína”, disse Fidalgo, comentando os termos do documento. O especialista não
participou da investigação.
Segundo ele, pela idade de
Chorão, a hipótese mais plausível é a de ataque cardíaco. “Se tivesse mais de
50 anos, provavelmente seria um AVC isquêmico”, acrescentou o psiquiatra.
Overdose era uma hipótese
considerada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). O
corpo do artista foi achado caído por um segurança e um motorista dele, no
imóvel que mantinha em Pinheiros. Peritos também encontraram pó branco e caixas
de medicamentos e bebidas espalhadas no local, que estava parcialmente
destruído.
Os depoimentos da ex-mulher do
vocalista e dos integrantes do Charlie Brown Jr. confirmaram que o cantor fazia
uso de entorpecentes. Em seu depoimento ao DHPP, a estilista Graziela Gonçalves
havia dito que "perdeu" o cantor "para as drogas". Ela chegou a dizer a jornalistas que tinha se
separado de Chorão porque ele estava viciado em cocaína.
Perfil
O cantor e letrista, que faria 43
anos em 9 de abril, liderava a banda fundada por ele na cidade de Santos, no
litoral de São Paulo, em 1992. Em 15 anos de carreira, o Charlie Brown Jr
lançou nove álbuns de estúdio, dois discos ao vivo, duas coletâneas e seis
DVDs. Ao todo, o grupo vendeu 5 milhões de cópias.
Além de vocalista, Chorão era
responsável pelas letras do Charlie Brown Jr. e pelo direcionamento artístico e
executivo da banda. Em 2005, o trabalho "Tâmo aí na atividade” foi
premiado com o Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro, o que se
repetiu em 2010 com "Camisa 10 joga bola até na chuva".
No ano passado, o Charlie Brown
Jr. lançou "Música Popular Caiçara", álbum ao vivo que marcou o
retorno dos integrantes Marcão e Champignon à banda. Eles haviam deixado o
grupo em 2005. As apresentações aconteceram em Curitiba e Santos. A produção do
trabalho foi feita por Liminha e os shows tiveram participação de Falcão (O
Rappa), Zeca Baleiro e Marcelo Nova. Das 15 faixas do CD, a única gravada em
estúdio é "Céu azul".
O vocalista foi também roteirista
do filme "O magnata" (2007), do diretor Johnny Araújo, e do longa “O
cobrador”, ainda em andamento. Como empresário, administrou marcas de skate,
como a DO.CE, fundada por ele em 2009, e viabilizou a realização de grandes
eventos de skate no Brasil, além de manter o espaço Chorão Skate Park, em
Santos, desde 2006.
A estreia do Charlie Brown Jr
aconteceu em 1997 com o lançamento do álbum "Transpiração contínua
prolongada". O trabalhou conseguiu o certificado de disco de platina ao
vender mais de 250 mil cópias e tem como singles os sucessos "O coro vai
comê", "Proibida pra mim", "Tudo que ela gosta de
escutar", "Quinta-feira" e "Gimme o anel".
Do G1 São Paulo
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