Do G1
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Preso por suspeita de associação ao tráfico
de drogas, Amilton Rosa Santana alega que quem deveria estar detido é o irmão
dele, José Rosa Santana. A prisão aconteceu no dia 25 de março deste ano, em
Linhares, Norte do Espírito Santo. Segundo a família, José foi preso em 2011,
apresentou-se com o nome do irmão e fugiu da cadeia. Amilton, que é separado da
esposa e mora na Bahia, de acordo com o advogado, acabou na prisão quando foi
até a cidade visitar filho. Ele recebeu o aviso da polícia de que estava sendo
procurado. O Ministério Público estadual vai verificar a suposta falha e, caso
confirmado o equívoco, adotará as medidas legais cabíveis.
De acordo com Marcus Vinícius Carneiro,
advogado de Amilton, o crime de associação ao tráfico de drogas foi cometido em
2009 por José. "Ao ser preso, ele deu o nome do irmão. E não foi
verificado, por eles serem naturais da Bahia, a autenticidade da naturalidade
dele", destacou. No site da Secretaria de Justiça, a foto do procurado,
segundo o advogado, é o de José, mas o nome é de Amilton.
A ex-mulher de Amilton informou que ele
possui, na carteira de trabalho, o registro de que trabalhava em uma fazenda em
Aracruz, no Norte do estado. "Eu faço o que for preciso para vê-lo livre.
Ele não tem culpa e é homem, não um vagabundo", disse Geisa Santos, chegou
a visitar o ex-cunhado quando esteve preso em 2011. Ela comentou que, na
visita, o ex-cunhado pediu para ela não revelar o nome verdadeiro dele. “Mas eu
não sabia e falei. Na cadeia, disseram que não tinha ninguém com o nome de José
Rosa. Isso porque ele já usava o nome do pai do meu filho", relatou.
Geisa e Amilton se separaram e têm um filho,
hoje com oito anos. Ela conta que, quando o pai foi visitar o filho, houve a
prisão. Ela diz que o menino sempre pede para conhecer o pai. "Eu não
posso tirar isso dele. Eu falo que o pai é uma boa pessoa", falou Geisa.
Polícia e Ministério
Público
Procurada, a Polícia Civil explicou como
ocorre o procedimento de prisão quando a pessoa chega à delegacia. "Quando
um sujeito apresenta um documento do qual nós temos dúvida da autenticidade,
também tomamos o mesmo procedimento de fazer a identificação criminal e
encaminhar à polícia técnico-científica. Nesse caso, o delegado de plantão que
lavrou o flagrante em 2009, não teve dúvidas da autenticidade do documento
apresentado. Existindo um mandado de prisão, somos obrigados a cumpri-lo",
disse o delegado Fabrício Lucindo.
Em nota, o Ministério Público informou que
está ciente do caso e disse que vai verificar a suposta falha. Caso o equívoco
seja constatado, as medidas legais cabíveis vão ser adotadas e o suspeito vai
ser solto. O advogado da vítima afirmou, no entanto, que vai entrar com uma
ação de danos morais na Justiça. "Mas, com certeza, a gente vai buscar a
reparação do Estado por esse erro, que poderia ter sido com qualquer um de
nós", falou Carneiro.
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