terça-feira, 9 de abril de 2013

PRESO NO ESPÍRITO SANTO ALEGA INOCÊNCIA E DIZ TER SIDO DETIDO NO LUGAR DO IRMÃO

Do G1 ES
g1.globo.com

Preso por suspeita de associação ao tráfico de drogas, Amilton Rosa Santana alega que quem deveria estar detido é o irmão dele, José Rosa Santana. A prisão aconteceu no dia 25 de março deste ano, em Linhares, Norte do Espírito Santo. Segundo a família, José foi preso em 2011, apresentou-se com o nome do irmão e fugiu da cadeia. Amilton, que é separado da esposa e mora na Bahia, de acordo com o advogado, acabou na prisão quando foi até a cidade visitar filho. Ele recebeu o aviso da polícia de que estava sendo procurado. O Ministério Público estadual vai verificar a suposta falha e, caso confirmado o equívoco, adotará as medidas legais cabíveis.


De acordo com Marcus Vinícius Carneiro, advogado de Amilton, o crime de associação ao tráfico de drogas foi cometido em 2009 por José. "Ao ser preso, ele deu o nome do irmão. E não foi verificado, por eles serem naturais da Bahia, a autenticidade da naturalidade dele", destacou. No site da Secretaria de Justiça, a foto do procurado, segundo o advogado, é o de José, mas o nome é de Amilton.


A ex-mulher de Amilton informou que ele possui, na carteira de trabalho, o registro de que trabalhava em uma fazenda em Aracruz, no Norte do estado. "Eu faço o que for preciso para vê-lo livre. Ele não tem culpa e é homem, não um vagabundo", disse Geisa Santos, chegou a visitar o ex-cunhado quando esteve preso em 2011. Ela comentou que, na visita, o ex-cunhado pediu para ela não revelar o nome verdadeiro dele. “Mas eu não sabia e falei. Na cadeia, disseram que não tinha ninguém com o nome de José Rosa. Isso porque ele já usava o nome do pai do meu filho", relatou.


Geisa e Amilton se separaram e têm um filho, hoje com oito anos. Ela conta que, quando o pai foi visitar o filho, houve a prisão. Ela diz que o menino sempre pede para conhecer o pai. "Eu não posso tirar isso dele. Eu falo que o pai é uma boa pessoa", falou Geisa.


Polícia e Ministério Público
Procurada, a Polícia Civil explicou como ocorre o procedimento de prisão quando a pessoa chega à delegacia. "Quando um sujeito apresenta um documento do qual nós temos dúvida da autenticidade, também tomamos o mesmo procedimento de fazer a identificação criminal e encaminhar à polícia técnico-científica. Nesse caso, o delegado de plantão que lavrou o flagrante em 2009, não teve dúvidas da autenticidade do documento apresentado. Existindo um mandado de prisão, somos obrigados a cumpri-lo", disse o delegado Fabrício Lucindo.


Em nota, o Ministério Público informou que está ciente do caso e disse que vai verificar a suposta falha. Caso o equívoco seja constatado, as medidas legais cabíveis vão ser adotadas e o suspeito vai ser solto. O advogado da vítima afirmou, no entanto, que vai entrar com uma ação de danos morais na Justiça. "Mas, com certeza, a gente vai buscar a reparação do Estado por esse erro, que poderia ter sido com qualquer um de nós", falou Carneiro.

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