Da
Agência EFE
noticias.br.msn.com |
Londres - Uma substância química encontrada
na carne vermelha foi relacionada com possíveis problemas cardíacos, segundo um
estudo feito por especialistas norte-americanos divulgado nesta segunda-feira (08)
na revista britânica "Nature". A carnitina é um composto é comumente
vendida como suplemento para ajudar as pessoas a perder peso e estimular o
desenvolvimento muscular e pode danificar o coração e as artérias, segundo as
pesquisas de um grupo de cientistas americanos.
O estudo mostrou que as bactérias que ficam
alojadas no intestino desfizeram a carnitina e isso desencadeou uma série de
reações, que resultaram em níveis mais altos de colesterol e em um aumento no
risco de doenças cardíacas. Além disso, os especialistas advertiram quanto à
existência de um risco na ingestão da substância nos suplementos para
emagrecer. Não é a primeira vez que um estudo previne contra o consumo
excessivo de carne vermelha, carne moída e bacon.
No Reino Unido, o governo recomenda não comer
mais de 70 gramas de carne vermelha ou processada por dia.
"O conteúdo de colesterol e gorduras
saturadas na carne vermelha magra não é tão alto, há algo mais que contribui
para aumentar o risco cardiovascular", disse Stanley Hazen hoje à rede
britânica "BBC", da Clínica de Cleveland, um dos investigadores do
estudo.
Para chegar a essa conclusão, durante os
experimentos desenvolvidos com ratos e humanos viu-se que as bactérias do
intestino podiam comer carnitina, substância que por sua vez se decompõe em um
gás, que no fígado se transforma em um composto químico denominado TMAO. Durante
o estudo, os especialistas relacionaram o TMAO à elaboração de depósitos de
gordura nos vasos sanguíneos, o que pode desencadear doenças cardíacas e levar
à morte.
Segundo observou Hazen, "embora o TMAO
seja um produto de resíduos, influi de forma significativa no metabolismo do
colesterol e o efeito leva a uma acumulação de colesterol".
"As descobertas endossam a ideia de que
menos carne vermelha é melhor", acrescentou o cientista, que também disse
que o estudo propõe consumir iogurtes probióticos perante as bactérias que há
no intestino.
Reduzir o número de bactérias que se
alimentam de carnitina reduziria, em teoria, os riscos de saúde provocados pela
carne vermelha. Por sua vez, Victoria Taylor, especialista em dietética na Fundação
Britânica do Coração, considerou que se trata de "uma descoberta
interessante e explica porque a carne vermelha poderia ter um impacto na saúde
cardíaca".
"Embora esses estudos não vão mudar
necessariamente as recomendações existentes, esses cientistas nos alertam para
que, se comermos regularmente muita carne vermelha ou carnes processadas,
pensemos em fontes alternativos de proteína", disse.
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