Da
Folha de Pernambuco
É
possível amar e adorar a Deus e, ainda, ser livre sexualmente. Essa é a
afirmativa que motivou a criação de uma ramificação evangélica onde a
comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) não é
apenas aceita, mas também pode, de fato, vivenciar sua fé independente da
orientação homoafetiva, sem serem julgados. Mais conhecida como Igreja Inclusiva,
a religião está inserida no padrão Evangélico Pentecostal. “Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu único Filho, para que todo aquele que Nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. A citação referente ao capítulo 3 de
João, da Bíblia, cabe como um lema para o grupo de evangélicos homossexuais que
em cada uma de sua história já foi vítima da homofobia dentro de templos
religiosos.
Pastor
da Comunidade Cristã Nova Esperança (CCNE) há dois anos e meio, Wandeberg
Vieira Torres, 30 anos, acredita que a maior parte da sociedade prega aquilo
que foi padronizado como certo e errado. “Você não pode ser diferente”, disse.
Criado dentro dos padrões conservadores de uma igreja evangélica, ele chegou a
casar com uma mulher, mas sabia que o seu interesse era pelo sexo masculino.
“Preguei contra a homossexualidade para várias pessoas. Dizia a elas que Deus
não os amava, que Ele os abominava, mas ao descer do púlpito eu pensava: sou
assim também”, disse.
Agora
casado com outro homem, pastor Wandeberg conta que alguns templos religiosos
oraram, clamaram e tentaram de todas as formas para que ele não vivenciasse a
vida homoafetiva. “Eu disse à minha esposa, na época, que eu era gay”. Na busca
pela fé, o pastor conheceu a Comunidade Cristã Nova Esperança e já conta com 36
membros. A “família”, como se chamam, é composta também por alguns
heterossexuais. Pastor Wandeberg acredita que as pessoas levam a Bíblia ao pé
da letra, sem interpretar o que está escrito. “As pessoas que têm preconceito
precisam conhecer Jesus Cristo e não, apenas, andar com a Bíblia debaixo do
braço”, finalizou. A comunidade está localizada na Madalena, Zona Oeste do
Recife.
A
administradora Fernanda Gabriela de Lima Costa, 26 anos, foi missionária de uma
igreja evangélica conservadora e também pregou contra a comunidade LGBT. Hoje,
lésbica assumida, lembrou do sofrimento que era negar seu desejo por pessoas do
mesmo sexo. “Eu falava sobre homossexualidade e de como aquilo era errado, mas
me via naquelas pessoas também. Um dia, contei ao meu pastor que sentia atração
por outras mulheres e ele me perguntou desde quando isso acontecia. Respondi:
‘desde sempre’”.
A
conversa com o responsável pela igreja que Fernanda frequentava terminou quando
ele a expulsou de lá. Ela, que sempre acreditou no Evangelho, reencontrou a fé
quando descobriu que podia viver a sexualidade e a religião que acreditava.
“Todos somos filhos de Deus e Ele nos ama exatamente como somos”.
Um comentário:
max nordestino quem sempre viveu e vive de chavoes foi e é esquerda assassina e totalitária na qual o senhor milita.
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