Da Agência
EFE
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Jerusalém - Mesmo 70 anos depois do
Holocausto, que é lembrado nesta segunda-feira (08), a população judaica no mundo
continua a ser muito menor do que em 1938, e só conseguiu crescer em Israel,
onde acaba de superar a simbólica marca de 6 milhões de pessoas. Atualmente, o
número de judeus é de aproximadamente 13,8 milhões, disse à Agência Efe o
demógrafo Sergio della Pergola, pesquisador da Universidade Hebraica de
Jerusalém.
'Antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
éramos 16,5 milhões, e depois ficamos em 11 milhões', explica ao fazer um
balanço da situação do judaísmo no mundo. Cerca de 6 milhões de judeus foram
mortos entre 1935 e 1945 devido às políticas nazistas vigentes, a maioria a
partir da aplicação da 'Solução Final' em 1941, que incluía o envio, em massa,
de judeus a campos de extermínio.
O Estado de Israel, criado três anos após o
fim da Segunda Guerra, homenageia essas vítimas em uma jornada de luto que
começou no domingo com uma cerimônia no Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad
Vashem), durante a qual é acesa uma tocha por cada milhão de 'desaparecidos'.
Hoje, sirenes antiaéreas paralizaram todo o país durante dois minutos.
Della Pergola, de origem italiana, ressalta
que o baixo crescimento demográfico dos judeus durante os 70 anos transcorridos
desde o Holocausto contrasta fortemente com o aumento da população mundial.
Os judeus representam hoje 0,002% da
população mundial, número três vezes menor do que o registrado em 1945. Segundo
o especialista, o baixo crescimento se deve ao envelhecimento das comunidades
fora de Israel, que apresentam baixos índices de natalidade, resultado das
regras e dos costumes das sociedades onde vivem. Assim, enquanto entre os
judeus de Israel o índice de natalidade é de quase 3 filhos por mulher, fora do
país ele fica entre 1,5 e 2. Um segundo fator decisivo é o da assimilação, a
perda da identidade judaica entre uma geração a seguinte, em um processo que
costuma começar com os casamentos mistos, apesar dessa não ser a única causa.
'É um paradoxo. Por um lado, o antissemitismo
é um mal que cria um mecanismo de defesa coletivo, e por outro, a emancipação
carrega consigo o preço da assimilação', afirma Della Pergola, que defende a
necessidade da implantação de políticas sociais e educativas mais efetivas
dentro das comunidades judaicas.
Essas políticas, explica, 'permitiriam que os
judeus vivessem plenamente emancipados, mas sem perderem sua identidade'.
Segundo os estudos realizados pela
Universidade Hebraica de Jerusalém, 96% dos judeus fora de Israel se concentram
em apenas 10 países, - todos eles democráticos - nos quais vivem plenamente
emancipados. Esse fato, somado ao baixo crescimento vegetativo (diferença entre
a taxa de natalidade e a de mortalidade) e à emigração para o Estado de Israel,
fez descer progressivamente, desde a década de 1970, o número de judeus que
vivem 'na diáspora'.
Na ultima década, Israel recebeu anualmente
entre 15 mil e 20 mil imigrantes judeus, mas nos anos 1990, esses números
superavam os 100 mil graças à emigração em massa de habitantes da extinta União
Soviética. Um recente estudo do Escritório Central de Estatísticas constatou
que, neste ano, Israel desbancou os Estados Unidos como país com o maior número
de habitantes judeus, superando a simbólica barreira dos 6 milhões, mesmo
número de pessoas dizimadas durante o Holocausto.

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