sábado, 26 de fevereiro de 2011

HÁ 301 ANOS TEVE INÍCIO A GUERRA DOS MASCATES COM O INÍCIO DAS HOSTILIDADES EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO


Cidade de Olinda
PARTE 1

A GUERRA DOS MASCATES que se registrou de 1710 a 1711 na então capitania de PERNAMBUCO, é considerada um movimento nativista.
Confrontaram-se os senhores de terras e de engenhos pernambucanos, concentrados em OLINDA, e os comerciantes reinóis (portugueses da metrópole) do RECIFE, chamados pejorativamente de MASCATES.

ANTECEDENTES

Pátio do Carmo
Após a expulsão dos holandeses nordeste do Brasil, a economia da região, dependente da agro-manufatura do açúcar, sem capitais para investimentos em lavouras, equipamentos e mão-de-obra escrava, e face ao declínio dos preços do produto no mercado internacional, devido à concorrência do similar produzido nas Antilhas, entrou em crise.

A concorrência afetou os grandes ricos senhores de engenho de OLINDA, que entraram em decadência como não tinham capital para saldar suas dívidas. Em busca de uma saída, os senhores de engenho foram pedir dinheiro emprestado. Naquela época os comerciantes portugueses chamados de MASCATES, ocupavam a cidade de RECIFE e possuíam dinheiro para emprestar aos senhores de OLINDA, porém cobravam juros altíssimos pelos empréstimos, ocasionando o endividamento cada vez maior dos olindenses. 

Aos poucos, foram surgindo ódio e conflitos. Conscientes de sua importância, os comerciantes pediram ao rei de PORTUGAL que o povoado fosse elevado a vila. Quando estava sendo concretizada a separação entre as duas cidades, em 1710, os senhores de OLINDA se revoltaram, tendo como um dos chefes o proprietário de engenho BERNARDO VIEIRA DE MELO. Sem condição de resistir, os comerciantes mais ricos de RECIFE fugiram para não serem capturados. 

A metrópole interveio na região, em 1711, prendendo os líderes da rebelião. RECIFE foi elevada a condição de capital de Pernambuco. Após a vitória dos mascates comerciantes, percebem o predomínio do comércio em relação à produção colonial, já que os senhores de engenho de OLINDA pegavam dinheiro emprestado a juros com os mascates para conseguirem manter seu sistema colonial.

O MOVIMENTO

Em fevereiro de 1709, pouco após receber a CARTA RÉGIA que elevou o povoado à condição de vila, os comerciantes inauguraram o PELOURINHO e o prédio da CÂMARA MUNICIPAL, separando formalmente o RECIFE de OLINDA, a sede da capitania.

Tendo os membros da aristocracia rural abandonado OLINDA para se refugiar nos engenhos onde viviam, as hostilidades iniciaram-se em VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, liderado pelo seu-CAPITÃO-MOR PEDRO RIBEIRO DA SILVA. Estas forças engrossadas em AFOGADOS com reforços oriundos de SÃO LOURENÇO e de OLINDA, sob a liderança de BERNARDO VIEIRA DE MELO e de seu pai, o coronel LEONARDO BEZERRA CAVALCANTI, invadiram o RECIFE, demolindo o pelourinho, rasgando o FORAL RÉGIO, libertando os presos e perseguindo pessoas ligadas ao governador SEBASTIÃO DE CASTRO CALDAS BARBOSA (MASCATE). Este, por sua vez, visando garantir a sua segurança, retirou-se para a Bahia, deixando o governo da capitania a cargo do bispo MANUEL ÁLVARES DA COSTA.

Os MASCATES contra-atacaram em 1711, invadindo OLINDA e provocando incêndios e destruição em vilas e engenhos na região.



Cidade de Olinda em Ruínas 

A nomeação de um novo governador, FELIX JOSÉ DE MENDONÇA, e a atuação de tropas mandadas da BAHIA puseram fim à guerra. A burguesia mercantil recebeu o apoio da metrópole, e o RECIFE manteve a sua autonomia.

TÉRMINO

Depois de muita luta que contou com a intervenção das autoridades coloniais, finalmente em 1711 o fato se consumou: RECIFE foi equiparada a OLINDA. Assim terminou a GUERRA DOS MASCATES. Com a vitória dos comerciantes, essa guerra apenas reafirmava o predomínio do capital mercantil sobre a produção colonial.

FONTE: 

GUERRA DOS MASCATES DE JOSÉ DE ALENCAR (Neto de Dona Bárbara Pereira de Alencar veja matéria postada em 11 de Fevereiro de 2011).

HÁ 251 ANOS NASCIA A PRIMEIRA PRISIONEIRA POLÍTICA DA HISTÓRIA DO BRASIL.



Na próxima parte, vamos ver como foi a atuação de PEDRO RIBEIRO DA SILVA na guerra e um pouco da sua biografia.









POR JOHNNY RETAMERO DE LEMOS








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