Da Agência Estado
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Sem citar o
PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, criticou neste sábado (6) a situação
econômica do País e o momento político, de mobilização de candidatos e partidos
de olho na eleição presidencial de 2014.
"Nós
precisamos compreender que a crise chegou muito mais perto do Brasil do que
poderíamos imaginar. (...) Não haveremos de sair dessa situação se não tivermos
um olhar estratégico", discursou ele na abertura das oficinas
"Diálogos do Desenvolvimento Brasileiro", promovidas pelo PSB no Rio
de Janeiro. De acordo com Eduardo, seu partido tem "consciência de que não
está tudo feito".
"Ainda
tem muita fábrica de desigualdade montada neste País, ainda muita exclusão, tem
muito preconceito. (...) É preciso vencer tudo isso com a perspectiva de que é
chegada a hora de aprofundar o debate, de pensar estrategicamente, de colocar o
País para fazer essa reflexão, e que tudo isso possa ser espelhado em aliança
política que tenha compromissos efetivos. Ao PSB não encanta projeto de poder.
Ao PSB encanta um projeto de nação onde o povo esteja colocado no centro do
projeto", disse o governador para cerca de 150 dirigentes e militantes
partidários.
AGENDA - Apesar da crítica à pré-campanha,
Eduardo tem circulado pelo País levando sua mensagem política. Na sexta-feira
(5), esteve em São Paulo. Neste sábado (6), no Rio. Na segunda-feira (8) voltará
a São Paulo para encontro promovido pela Força Sindical. No dia seguinte,
participará de atividades em Porto Alegre.
Mesmo
assim, ele sustenta que sua agenda não é a de um candidato. O governador
afirmou que "é hora de reflexão madura, responsável" e mandou uma
espécie de recado a adversários que tentem desqualificá-lo caso se consolide
como oponente de Dilma e do PT em 2014.
"Precisamos
pensar o Brasil além das eleições. É hora de reflexão madura, responsável. O
PSB está maduro para fazer esse debate. Não vamos nos intimidar com
absolutamente nenhuma colocação que tente colocar ao PSB dificuldades nesse
debate, de forma nenhuma. Não vamos afrontar quem quer que seja. Vamos de
maneira muito tranquila, mas muito firme, fazer o debate profundo", disse,
em meio a aplausos entusiasmados e gritos de "um passo à frente, Eduardo
presidente".
Campos
atacou as pré-campanhas presidenciais durante o discurso de pouco menos de dez
minutos. Para ele, é preciso "aproveitar o ano de 2013 para fazer o nosso
dever de casa para reconduzir o país ao desenvolvimento econômico, construir a
pauta nova da competitividade brasileira, da inclusão produtiva de segmentos
que ainda estão marginalizados".
"Deixar
14 para 14. Nada do que vai sendo discutido em termos eleitorais em 2013
necessariamente vai valer para 14. Isso é que a experiência nos mostra. (...)
Enquanto muitos podem pensar só na eleição, nós vamos pensar no Brasil, nas
ideias. Não na próxima eleição. Nós vamos pensar neste século (...) para que a
vida brasileira possa melhorar, para que o povo não se afaste da política
desencantado pelas práticas que afugentam a sociedade e a juventude da política".
Em
entrevista, o governador evitou criticar a sequência de viagens da presidente
Dilma ao Nordeste, reduto eleitoral do socialista. "É natural que a
presidente vá ao Nordeste, região onde teve grande apoio em 2010. Região que
passa momento delicado, 1400 e poucos municípios em estado de emergência, em
situação de calamidade pública (por cauda seca de dois anos). É importante que
a presidente vá para interagir com essa realidade, para dialogar com Estados,
municípios, movimentos sociais. Vejo com bons olhos essas idas", comentou.
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