Da Agência Estado
“Se nós estivéssemos absolutamente
satisfeitos e contentes com o que está se dando…” A frase incompleta da
deputada Luiza Erundina diz muito sobre o atual momento do seu partido, o PSB.
Para ela, se a sigla estivesse absolutamente satisfeita e contente com o
governo Dilma Rousseff, do qual faz parte, o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, não estaria protagonizando o papel de possível candidato à Presidência
em 2014. Em entrevista ao jornal O Estado de S Paulo, Erundina defendeu que o
PSB se apresente como alternativa de poder.
Campos será candidato à Presidência da República em 2014?
A direção nacional não discutiu
essa questão, mas a tendência é consolidar o projeto de uma candidatura. O PSB
sustentou os projetos do PT desde 1989. Mas a sigla cresceu e está seguindo o
roteiro de qualquer partido, que é ser uma alternativa de poder no País.
A candidatura representa um rompimento entre PT e PSB?
De jeito nenhum. O PSB tem
afinidade com aquilo que se fez, mas também outras propostas e outras visões.
Campos costuma dizer que é possível fazer mais. Concorda?
Sim. Senão, não seria um outro
partido, não seria um outro candidato. Se nós estivéssemos absolutamente
satisfeitos e contentes com o que está se dando… Se não tivesse alguma nuance
que pudesse destoar do atual governo, por que quer ser candidato?
E qual seriam essas nuances?
O PSB teria um outro projeto de
gestão. As gestões do governo Lula e Dilma são muito centralizadas e muito
condicionadas apenas ao apoio do Congresso. Tudo é pretexto para dizer que não
se pode fazer tal coisa por conta da governabilidade.
O PSB deve deixar o governo da presidente Dilma?
Eu acho que o PSB foi uma das
forças da coalizão que ajudou a eleger e tem ajudado a construir as políticas
desse governo. Portanto, esse espaço que o partido ocupa é legítimo. Mas eu
acredito que, num dado momento, até para evitar esses questionamentos, o
partido vai tomar essa decisão.
Quais os planos para 2014?
Talvez mais um mandato de
deputada esteja na agenda, mas a gente nunca sabe, vai depender da dinâmica
partidária.
A Sra. aceitaria se candidatar ao governo de São Paulo?
Eu estudaria. Mas isso não foi
posto em nenhum momento. Por enquanto, posso dizer que sou uma entusiasta da
candidatura do Eduardo.
A senhora se arrependeu de ter saído da chapa do Fernando Haddad por
causa do PP?
Não, eu não estaria confortável.
Estaria muito desgostosa.
Para as eleições de 2014, o PSB também terá restrições na hora de fazer
alianças?
As minhas posições não são as
posições majoritárias do partido. Muita gente concordou com a minha decisão (de
sair da chapa que concorreu à Prefeitura em 2012), mas o meu partido
provavelmente não tomaria essa decisão. Esse rigor que eu tenho com a coerência
política não é do meu partido e de nenhum outro. Não vê como se comportam os
partidos todos?

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