O acesso ao escritório virtual do
site da empresa Telexfree está bloqueado desde esta segunda-feira (15) e, dessa
forma, os associados não conseguem visualizar seus ganhos. Um comunicado foi
feito na página do Facebook da companhia. De acordo com o advogado Horst Fuchs,
a medida precisou ser tomada porque hackers tentaram invadir o sistema. Ainda
não há prazo para a situação se normalizar.
A Telexfree está sendo
investigada por suspeita de pirâmide financeira, e desde o final de junho estão
proibidos os pagamentos de comissões, bonificações e quaisquer vantagens
oriundas da companhia aos divulgadores, além de novas adesões à rede, conforme
decisão judicial. O descumprimento a qualquer das determinações pode gerar o
pagamento de multa de R$100 mil por cada novo cadastramento ou recadastramento
e por cada pagamento indevido.
O advogado explicou que o
bloqueio do escritório virtual não tem ligação com decisão judicial. “Essa
parte do portal continua bloqueada enquanto algumas medidas são tomadas pelos
departamento de segurança e tecnologia de empresa. Hackers estavam tentando
invadir o sistema e até que não esteja seguro, vamos manter como está, mas
garantimos que os ganhos dos divulgadores continuam congelados”, disse.
Divulgadores
Com o bloqueio do escritório
virtual, muitos divulgadores usaram a página da Telexfree do Facebook para
reclamarem ou, ainda assim, apoiarem a empresa. Uma mulher escreveu que
pretende sair da companhia. “Acabou! Pra mim não dá mais, chega de farsa
Telexfree! Na hora entrar nessa pirâmide (...) foi muito rápido e agora na hora
de me pagarem é uma novela mexicana! Exigimos transparência.”
Outra divulgadora se mostrou
desconfiada do bloqueio. “Não podíamos fazer nada mesmo, mas parece que fizeram
[o bloqueio] de propósito, para aqueles que querem guardar provas não possa
printar (sic) a tela, por exemplo, do valor da adesão paga, onde diz seu nome,
e quando foi paga a adesão. Também printar (sic) a tela da parte de renda para
verificar quanto o divulgador já recebeu e quanto falta, para qualquer coisa os
que saíram no prejuízo receber da Justiça os valores (…) para nos indenizar
caso a empresa não volte. Acredito na empresa, mas esta difícil. Não sei porque
esta medida de travar o nosso acesso ao backoffice, estanho isso”, escreveu.
Justiça do Acre
A juíza Thaís Borges, da 2ª Vara
Cível da Comarca de Rio Branco, no Acre, julgou favorável a medida proposta
pelo Ministério Público do Estado do Acre para suspender as atividades da
Telexfree, no último dia 18. Com a decisão, foram suspensos os pagamentos e a
adesão de novos contratos à empresa até o julgamento final da ação principal,
sob pena de multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento e de R$ 100
mil por cada novo cadastramento. A magistrada afirmou que a decisão não
configura o fim da empresa, apenas suspende as atividades durante o processo
investigativo.
Os advogados da empresa chegaram a entrar com pedido de
reconsideração após a decisão da juíza, mas que foi negado pelo Tribunal de
Justiça do Acre.
Portal G1
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