O QUE O PT ESTÁ ESPERANDO? - Seria trágico se não fosse cômico
assistir o PT consultando a executiva nacional em São Paulo, via Rui Falcão,
para deliberar sobre a entrega dos cargos em Pernambuco.
Primeiro a sair em defesa da
entrega total da fatia petista no latifúndio de Eduardo, o senador Humberto
Costa, pelo menos até ontem, não tinha entregado um só pedaço do poder de
volta.
Se os petistas não fossem tão
apegados a cargos, teriam ido ao governador no dia seguinte à devolução dos
ministérios do PSB para fazer o gesto.
Se Eduardo mantivesse alguém do
partido, como ocorre até hoje, problema dele. A iniciativa do PT já havia sido
tomada. É a mesma situação em que se depara o PSB.
Eduardo entregou a Dilma todos os
cargos, mas a presidente vem fazendo as substituições à conta gotas. Problema
dela! É o caso, por exemplo, do presidente da Chesf, João Bosco, que ainda
continua batendo ponto na estatal justamente porque a presidente até agora não
nomeou o sucessor.
Mas o que interessa, neste caso,
é o gesto. Eduardo abriu mão de todos os cargos comunicando a decisão
pessoalmente a Dilma. A decisão foi interpretada – e assim o é – como
rompimento.
Humberto, João Paulo, João da
Costa, Oscar Barreto, enfim, todos os petistas pernambucanos, sabem disso e
assim entendem e interpretam.
Mas não agem da mesma forma.
Preferem, incrivelmente, uma exposição desgastante pela mídia, o que é
extremamente prejudicial para todos, porque a impressão que fica é que têm um
tremendo apego a cargos e ao poder.
POLÍTICA ZODIACAL – Do ex-governador paulista José Serra, que já
descartou ser vice na chapa de Aécio Neves (PSDB) em relação à aliança que
Eduardo fechou com a ex-senadora Marina Silva: “Isso não tem mais do que
horóscopo. A gora, horóscopo está sempre errado? Não. De vez em quando vejo o horóscopo,
cruzo e está tudo certo”.
FARRA MUNICIPAL – O presidente da Confederação Nacional dos
Municípios, Paulo Ziulkoski, não gostou do projeto que o Senado aprovou
adotando novas regras para emancipação de distritos. Certamente, esperava
exigências mínimas para o projeto se transformar numa verdadeira farra de
criação de municípios.
TCE PESSIMISTA – Já a presidente do Tribunal de Contas do Estado,
Teresa Duere, está com a pulga atrás da orelha em relação ao projeto da janela
para novos municípios. Segundo ela, a maioria dos distritos emancipados em
Pernambuco vive hoje numa situação pior do que antes. Ele cita os casos de
Manari e Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão, que retrocederam.
ÁGUA EM ABUNDÂNCIA - O presidente da Compesa, Roberto Tavares, diz
que a estatal vai garantir o abastecimento dos municípios contemplados pela
Adutora do Pajeú. Quanto às queixas de que falta água em cidades aonde a
adutora já chegou, como Serra Talhada, esclarece que a estação bombeadora está
operando com apenas 30% da sua capacidade.
IRRESPONSABILIDADE FISCAL
O professor e consultor Maurício Romão
diz que o projeto criando novos municípios, aprovado pelo Senado, é o protótipo
de irresponsabilidade fiscal e de irrelevância social, que simboliza também a
enorme distância que separa a agenda dos políticos das demandas e necessidades
da população, expressas nos protestos de junho passado.
CURTAS
MORALIZADORA – Relator da proposta de criação de novos municípios
na Câmara, o deputado José Augusto Maia (PROS) diz que a proposta é
moralizadora e não pode ser encarada como farra. “Se as regras de hoje tivessem
sido aprovadas há mais tempo teríamos evitado a criação de mais de dois mil
municípios no passado”, observa.
SÃO DOMINGOS – Maia lembra, dentre as novas exigências, o
percentual mínimo de população 8,5 mil habitantes, as condições econômicas e se
submeter a um plebiscito. O distrito de São Domingos, segundo ele, que pertence
a Brejo da Madre de Deus, tem uma população maior do que a sede, no caso o
Brejo, e é economicamente mais viável.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Está certo Pernambuco emancipar mais 16
distritos?
'O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono;
mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende'. (Isaías 1-3)
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