terça-feira, 19 de novembro de 2013

Blog do Magno Martins: coluna da terça-feira

UM GENUÍNO ABSURDO - Apesar da aparente boa vontade dos congressistas brasileiros de atender aos anseios da população que desde o último mês de junho sai às ruas para exigir mudanças no nosso atual sistema político, o fim corporativismo ainda permanece longe de figurar entre os principais itens da lista de corte dos nossos parlamentares. Ao contrário do que aconteceu com o deputado federal Natan Donadon, que depois de ter enfrentado a ira dos holofotes da mídia sentiu um pouco do dissabor que deveria ser obrigatório para os se apropriam do dinheiro público, o também deputado federal José Genoino (PT) foi poupado.

Ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, Genoino foi poupado pelo suspeito código de ética dos parlamentares brasileiros e, num drible de primeira, vai conseguir manter seu salário de quase vinte e sete mil reais ainda que cumpra rigorosamente a pena que lhe foi imputada pela espada da justiça.

É um absurdo! É intragável a ideia de um congressista continuar a receber seus benefícios mesmo que não esteja desempenhando suas funções de legislador. Mais do que intragável: é inaceitável.

Não interessa se o julgamento foi norteado por interesses políticos e os réus vitimados pela atenção da mídia. A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal ocupa tal cargo por indicação do Partido dos Trabalhadores. Acusá-los, a esta altura do campeonato, de não estarem à altura do cargo que exercem é leviano e atitude típica de mau perdedor.

Esperava-se de uma sigla com a trajetória do Partido dos Trabalhadores o mínimo de bom senso na hora de tecer suas críticas e sair em defesa de seus pares. Mas mais ainda: esperava-se do Partido dos Trabalhadores a dianteira na hora de questionar o pagamento de salário ao trabalhador que não está exercendo sua função por ter sido condenado por envolvimento em um esquema de corrupção.

CAUTELOSO - Apesar dos afagos feitos por Fernando Bezerra Coelho, o prefeito Geraldo Julio desconversou quando questionado sobre quem deveria ser o candidato do PSB ao Governo de Pernambuco nas eleições do próximo ano. O gestor repetiu o discurso do seu padrinho político, o governador Eduardo Campos, e defendeu que o início das discussões sucessórias se dê apenas em 2014, o que pode ser entendido como uma indireta para o ex-ministro, que nos últimos dias tem se movimentado como pré-candidato ao governo estadual.

A CASA CAIU – O Tribunal de Justiça de Pernambuco manteve a condenação do ex-prefeito de Ibirajuba, Pedro Evangelista, por improbidade administrativa. O ex-gestor é acusado é cometer excesso de gastos em obras de engenharia, violar a lei de licitações e efetuar contratações temporárias e ilegais de servidores públicos. Pedro Evangelista foi condenado ao pagamento de multa correspondente ao valor da remuneração recebida à época dos fatos, ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco anos.

SEM RESPOSTA - O deputado federal Augusto Coutinho (SDD) segue incansável na sua busca por uma resposta da Prefeitura de Olinda para as diversas irregularidades apontadas por sua equipe em obras abandonadas e que contaram com recursos provenientes da União. O parlamentar tem feito uso do seu perfil em redes sociais para cobrar um posicionamento do governo do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB) que, até o momento, insiste em fazer ouvido de mercador.

LONGE DE UM CONSENSO – A deputada estadual Teresa Leitão negou a informação de que ela e seu principal adversário na disputa pela presidência do PT de Pernambuco, o advogado Bruno Ribeiro, estivessem participando de reuniões em busca de um consenso. Os encontros, segundo a parlamentar, serviram para discutir a atual conjuntura da sigla no estado, mas não houve, até o momento, a busca por um entendimento sobre o Processo de Eleições Diretas (PED) da legenda.

CURTAS

INJUSTIÇA – Membros do PT de Pernambuco questionaram a atuação do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, na condução do processo do mensalão. De acordo com o grupo, Dirceu, Genoíno e Delúbio Soares foram condenados sem provas e vítimas de um julgamento político e de excessão.



REFORMA - O grupo técnico formado por diversos secretários estaduais formulou e apresentou, na tarde de ontem (18), três propostas ao governador Eduardo Campos (PSB) sobre a reformulação que deverá ocorrer no primeiro escalão estadual. A decisão final vai ser tomada e anunciada pelo governador até amanhã (20), quando o projeto de lei deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa de Pernambuco e divulgado oficialmente.


PERGUNTAR NÃO OFENDE: José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares foram vítimas de um julgamento político e de exceção, como afirmam membros do Partido dos Trabalhadores?

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