sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Médicos denunciam condições precárias de hospitais públicos do Recife

Escalas médicas incompletas, demora na entrega dos exames, emergências superlotadas, pacientes nos corredores, instalações elétricas inadequadas, paredes com mofo e infiltrações. Esses foram alguns dos problemas encontrados em cinco hospitais públicos vistoriados pelas entidades médicas de Pernambuco - Conselho Regional de Medicina e Sindicato dos Médicos – durante uma Blitz Noturna.

O resultado foi anunciado à imprensa, nesta quinta-feira (21), na sede do Cremepe, no Espinheiro. A fiscalização verificou as condições de funcionamento do Hospital da Restauração (HR), Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), Policlínica Amaury Coutinho e Unidade Mista Barros Lima.

“O balanço geral da ação constatou a insuficiência de investimento na saúde pelo Governo Federal, que resulta na situação precária de assistência médica à população”, afirmou o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues. Um problema comum a todos os hospitais visitados foi a questão dos plantões incompletos. "Enquanto não houver uma definição sobre a carreira médica de Estado, essa situação não mudará", afirmou o diretor do Cremepe, Ricardo Paiva.

Para o médico fiscal do Conselho, Sylvio Vasconcellos, o problema mais grave do HR, por exemplo, é a instalação elétrica. Plantonistas do hospital relataram que é preciso escolher se ligam o monitor ou o respirador devido à sobrecarga de equipamentos ligados à rede elétrica. Lá, os médicos também encontraram irregularidades na sala vermelha da clínica médica. "Havia 10 pacientes internados na sala há mais de 10 dias. Eles deveriam passar o menor tempo possível no local”, afirmou.

Além de avaliar a estrutura e as escalas de plantão, as entidades médicas conversaram com alguns pacientes para avaliar a qualidade dos atendimentos. “Não podemos aceitar que a situação da saúde pública seja banalizada”, afirmou Sílvio Rodrigues.

O presidente do Cremepe também citou a crise que o HC enfrenta.  “O serviço de pediatria está fechado há mais de três meses por falta de profissionais e o de infectologia também pode fechar”, disse Rodrigues.  Segundo ele, o prédio do HC ainda corre risco de ser interditado devido à instabilidade do terreno, já que o hospital foi construído em cima de um córrego. “Tivemos conhecimento de que o solo é drenado com bombas de sucção, porém duas delas estão quebradas”, denunciou Rodrigues. O Cremepe também irá fiscalizar a unidade em breve.

As entidades médicas ainda divulgaram que o relatório final será entregue às autoridades competentes para que as medidas sejam tomadas a fim de solucionar os problemas encontrados.


Da Assessoria de Comunicação do Cremepe

Nenhum comentário: