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Ossos estavam a uma profundidade de menos um metro do piso e foram avistados por um servente de pedreiro
(Foto: Kety Marinho / TV Globo)
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Uma ossada possivelmente humana e
da época da ditadura militar foi encontrada por operários na obra de reforma de
um edifício do Ministério Público de Pernambuco, no bairro da Boa Vista, região
central do Recife. O procurador-geral do MPPE, Aguinaldo Fenelon, e o
coordenador da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara,
Fernando Coelho, informaram nesta quinta (28) que o material, achado na quarta
(27), foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML). A perícia vai
averiguar se os ossos são humanos e a que época pertencem.
"Quando estávamos fazendo a
escavação, não superior a um metro, foram encontradas algumas ossadas. Primeira
coisa foi isolar a área e encaminhar os elementos encontrados para o IML fazer
a análise técnica e responder a datação dos ossos encontrados, que parecem
humanos - não poderei informar antes da perícia", explicou Fenelon.
Os ossos foram achados por volta
das 16h pelo servente de pedreiro Ismael Carlos da Silva, que acredita serem
fêmur e algum osso do braço. "A pessoa escavar um negócio desse aqui no
Ministério e achar osso, eu fiquei impressionado. Comuniquei logo ao meu
encarregado e ele falou com o pessoa da administração", contou.
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Ismael Carlos se surpreendeu ao encontrar ossos
(Foto: Kety Marinho / TV Globo)
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O Edifício Promotor de Justiça
Paulo Cavalcanti, localizado na Avenida Visconde de Suassuna, abrigou durante a
ditadura o quartel da 2ª Companhia de Guardas do Exército. O coordenador da
Comissão da Verdade afirma que não se recorda do local ter sido indicado nos
depoimentos como casa de morte e, por isso, a encontrada da ossada foi uma
surpresa.
"[Aqui] era mais um centro
de passagem de presos políticos, que eram encaminhados para outros locais.
[...] Todos nós sabemos que aqui funcionou na época da ditadura uma prisão onde
algumas centenas de adversários do regime estiveram presos", afirmou
Coelho, lembrando que as detenções, em grande maioria, não eram registradas.
Após a conclusão do IML será
possível determinar os próximos passos das investigação, como a possível
abertura de inquérito policial se for uma ossada humana. "[Caso se
confirme] a Comissão da Verdade vai trabalhar junto com o Ministério Público e
a Polícia Civil. Todos sabem que aqui funcionou, antes do Ministério Público, o
quartel, mas não queremos afirmar que são humanos antes da investigação",
ressaltou Fenelon.
Do G1 PE


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