RAZÃO DAS GENTILEZAS
- Dilma e Eduardo trocaram gentilezas, ontem, ao invés do boxeamento
político. Quem esperava comportamento diferente, especialmente parte do
segmento da mídia, saiu de Suape com a impressão de que a presidente e o
governador não se distanciaram, não romperam e não estão hoje concorrendo ao
Planalto em palanques diferentes.
Mas estão sim. Dilma não tolera mais o governador. Na
verdade, soa mal aos seus ouvidos o nome do pré-candidato do PSB ao Planalto.
Eduardo, por sua vez, perdeu a pouca admiração – se é que tinha – pela então
aliada.
E virou o mais ácido opositor ao seu governo, com um
discurso muito mais ostensivo e duro do que vem sendo praticado pelo tucano
Aécio Neves, também na corrida presidencial, mas que não consegue criar fatos,
sendo assim ofuscado por Eduardo.
A cordialidade e as gentilezas recíprocas têm tudo a ver
igualmente com as eleições de 2014. É bem provável que a eleição presidencial
tenha um segundo turno e Dilma não quer perder o apoio do governador na segunda
etapa da disputa contra Aécio, se este for o cenário.
No caso de Eduardo, este também precisará de Dilma num
eventual segundo turno, se a presidente, o que parece menos provável, não
chegar lá. Dilma e Eduardo foram aliados históricos na eleição que levou a
presidente ao poder e não estão hoje mais no mesmo palanque porque o governador
rompeu e se lançou candidato.
Assim, se Eduardo perder para Aécio a vaga do segundo turno
Dilma terá que atrair o governador para o seu palanque. Não caberia, portanto,
machucá-lo nesta hora ainda muito incipiente do processo presidencial.
HAJA DINHEIRO! –
Se o volume de recursos que Dilma anunciou, ontem, em Suape, sair de fato, os
gargalos da mobilidade urbana serão fortemente minimizados. Dos R$ 2,9 bilhões,
parte será investida nos corredores leste e oeste e, principalmente, no
corredor fluvial, este já em execução a todo vapor. O problema é que essas
obras têm que virar realidade até junho do ano que vem, por causa da Copa do
Mundo.
SÓ PROTOCOLARMENTE –
Durante a sua passagem ontem por Suape, tanto nos discursos em Suape quanto no
estaleiro Atlântico Sul, a presidente Dilma só citou o nome do governador uma
única vez, mesmo assim formalmente. Dilma, na verdade, tentou, discretamente,
inflar os balões dos senadores Armando Neto e Humberto Costa.
CARA A CARA – Dilma e Eduardo, entretanto, seguiram juntos, no mesmo veículo, do estaleiro até o local em que a presidente pegou o helicóptero rumo à Base Aérea do Recife. O que conversaram? Nada, certamente, em relação ao palanque de 2014. Pelo ambiente, o papo deve ter sido protocolar, como recomenda ocasiões como essas.
VASSOURADA EM SUAPE -
Percebendo o ambiente tenso por parte dos trabalhadores em Suape, que temem
demissões, sobretudo na indústria naval, a presidente Dilma tentou acalmar a
moçada. Mas a previsão é de que somente este mês cinco mil trabalhadores percam
seus postos em empresas que estão concluindo obras na refinaria Abreu e Lima.
EDUARDO, PRESIDENTE! - Quando o locutor anunciou a fala do governador Eduardo Campos, ontem, no
estaleiro Atlântico, o que se ouviu foi manifestações da plateia gritando
Eduardo, presidente do Brasil. Dilma fez de que conta que não ouviu. E na hora
em que se dirigiu aos operários, descendo do palanque, fez questão de ir
sozinha. Deu autógrafos e mandou beijinhos.
CURTAS
TRATAMENTO VIP –
Tanto no voo de Brasília para Recife quanto no regresso, o deputado Eduardo da
Fonte (PP) foi tratado com regalia pela presidente Dilma, que contou ainda em
sua comitiva oficial com os senadores Armando Neto e Humberto Costa, além dos
deputados João Paulo e Fernando Ferro, do PT.
ETAPA GARANHUNS –
Hoje, lanço Reféns da Seca em Garanhuns. A noite de autógrafos será nos jardins
da Faculdade de Medicina (FAMEG). O local foi escolhido por este blogueiro por
representar uma luta da gente de Garanhuns em favor da reabertura daquela
unidade de ensino superior.
PERGUNTAR NÃO OFENDE:
O que Dilma e Eduardo conversaram no carro no trajeto até ao hangar da Base
Aérea?
'Ó preguiçoso, até
quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?'. (Provérbios 6-9)
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