Foto: Gabryele Souza/Arquivo Pessoal |
Terra Nova, Sertão pernambucano,
é um dos 56 municípios do estado que receberam médicos estrangeiros através da
contratação do programa Mais Médicos do Governo Federal. Mas, diferente da
maioria, as duas profissionais ainda não começaram as atividades.
Legna Isabel Ramos e Caridad
Veiga Perez são as médicas contratadas que já deveriam estar atendendo aos
moradores de Terra Nova. Ao chegarem no Brasil, elas passaram uma semana em
Brasília e outra no Recife, cumprindo a parte burocrática do processo do
programa.
As duas chegaram ao município pernambucano no dia 6 de dezembro de
2013. Recebem da prefeitura R$ 1.200 em ajuda de custo para aluguel e alimentação,
mas ainda não mostraram trabalho.
Na sexta-feira (3), uma portaria
do Governo do Estado liberou o trabalho das médicas, mas outros documentos de
legalização da entrada no Brasil e do exercício da medicina ainda impedem que
Legna e Caridad comecem a atender pacientes no Programa de Saúde da Família
(PSF) da cidade e da comunidade rural de Destino.
Para a cidade de 9.916
habitantes, a chegada das médicas poderá resolver um problema antigo, a
carência de profissionais para o programa saúde da família. “A gente nunca
conseguiu médico para o PSF durante toda a semana. Mesmo pagando salário de R$
2 mil, o atendimento era feito de duas a três horas por dia, três vezes por
semana, e a população reclamava muito”, relata a secretária municipal de Saúde,
Aline Figueira Freire de Carvalho.
Segundo Aline Freire, o registro
brasileiro das médicas cubanas já foi liberado pelo Ministério da Saúde. Mas, o
trabalho das estrangeiras é limitado a observação dos postos de saúde onde
estão lotadas. Enquanto isso, os dois postos estão sem médicos para atender a
população. Sem a atuação das médicas, pelo menos 720 pacientes deixam de ser
atendidos mensalmente nos dois postos de saúde.
“Com o cadastro no SUS,
precisamos esperar pelo menos 72 horas até a liberação do registro de exercício
da profissão. A partir disso, as médicas poderão começar a atender a
população”, garante a secretária.
Uma preocupação da responsável
pela pasta é em relação ao domínio da língua portuguesa por parte das médicas
estrangeiras, a exemplo das dificuldade enfrentadas no Núcleo 7 do projeto
Senador Nilo Coelho em Petrolina-PE.
No local, pacientes reclamam que algumas
palavras são incompreensíveis e que, muitas vezes, é preciso um tradutor para
mediar a comunicação entre médico e paciente. “Dá para entender o que elas
falam. Basta que seja falado lentamente. Mas somente a população vai poder
avaliar essa questão da língua”, justifica Aline Freire.
Do G1 Petrolina
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