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foto: Gil Vicente/DP/D.A PRESS |
O ex-deputado federal Pedro
Corrêa, preso por envolvimento no esquema do Mensalão, obteve autorização da
Justiça para trabalhos externos. Ele irá prestar serviços como médico
radiologista na Clínica Armando Q. Monteiro, em Garanhuns, Agreste de
Pernambuco, podendo começar já nesta segunda-feira.
O político receberá um
salário de R$ 2,5 mil para fazer atendimentos semanalmente, das 8h às 17h30,
com direito a duas horas de almoço. Aos sábados, a rotina vai se encerrar às
12h. Corrêa não exerce a profissão desde a década de 1970, quando começou na
vida pública.
A proposta de trabalho feita pela
clínica ao ex-deputado é consequência de uma solicitação direta do prefeito de
Garanhuns, Izaías Régis (PTB). “O filho dele (Fábio Corrêa) me procurou e eu
atendi um pedido dele, sugerindo à clínica que empregasse Corrêa. Acho que vai
ser muito bom para ele porque é uma clínica popular”, disse, lembrando que é
amigo do filho de Pedro Corrêa desde 1998.
Em uma página na internet, porém,
o nome do gestor aparece como administrador do local. Ele nega. “Eu era
presidente da Associação Comercial que tem parceria com a clínica, aí muita
gente confunde”, afirmou. De acordo com o gerente administrativo da clínica,
Dorival Santana, Izaías Régis teria se desligado da Armando Q. Monteiro “há
alguns anos”, mas ele não soube precisar quanto tempo fazia.
Competência
Indagado sobre as qualidades
profissionais de Pedro Corrêa para exercer o cargo, Santana admitiu que ainda
não havia analisado detalhes do currículo. “Para cada coisa existe seu tempo.
Não vimos detalhes. Ainda temos que conversar”, respondeu. Trinta quilômetros
afastam a clínica que Pedro Corrêa irá trabalhar do presídio de Canhotinho,
onde ele cumpre a pena de sete anos e dois meses em regime semiaberto.
Pesaram na decisão
Distância de 30 quilômetros
considerada curta pela defesa entre presídio de Canhotinho e a clínica (onde
ele cumpre a pena de sete anos e dois meses em regime semiaberto). A
instituição onde ele trabalhará é privada (receberá um salário de R$ 2,5 mil).
Pedro Corrêa recebeu várias
propostas de emprego, duas delas, inclusive, feitas por prefeituras próximas.
Impasse jurídico
O benefício de trabalho externo
foi concedido a Corrêa pela juíza da 3ª Vara de Execuções Penais, em Caruaru,
Orleide Rosélia
Processo ainda está na 1ª Vara,
em Recife, com o juiz Luiz Rocha. Para o juiz, seria necessário aval do Supremo
Tribunal Federal para transferir competência para a vara de Caruaru, algo que
só poderia ocorrer na próxima semana, quando o ministro Joaquim Barbosa retorna
de viagem. Os advogados de Corrêa discordaram e dizem que o Supremo, em momento
nenhum, disse que precisaria desse aval.
Diario de Pernambuco
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