A presidente Dilma Rousseff
planeja realizar uma ampla campanha publicitária para defender a importância da
realização da Copa do Mundo no Brasil. O tema fará parte, a partir de agora,
dos discursos oficiais e ações nas redes sociais. Assim, o governo pretende
enfraquecer as críticas ao evento e esvaziar eventuais manifestações durante os
jogos, entre junho e julho.
Uma onda negativa poderá ter
reflexo nas eleições de outubro, avaliam auxiliares da presidente. No ano
passado, a série de manifestações em meados do ano derrubou a popularidade de
Dilma.
A preocupação com a Copa e
eventuais reflexos na eleição já integrava a pauta do Palácio do Planalto. O
Ministério da Justiça planeja, por exemplo, fazer uma série de visitas aos
Estados que vão sediar jogos a fim de conversar com os comandos das polícias
militares e ressaltar a importância de se evitar conflitos com manifestantes –
foram ações violentas da PM paulista que engrossaram os protestos de junho de
2013.
Já havia uma pressão de dentro e
de fora do governo para que o Planalto reagisse com firmeza às críticas que
vinha recebendo contra a realização da Copa. A contraofensiva tem por objetivo
tentar convencer a população de que a Copa trará benefícios à população.
O governo pretende atacar em três
linhas para tentar “desarmar” os argumentos contrários à Copa: a primeira, a de
que grande parte dos financiamentos é de fontes privadas, e não públicas; a
segunda, a de que essas obras serão um legado para o País – os estádios, por
exemplo, serão usados para shows e outros eventos depois da Copa; a terceira, a
de que obras de mobilidade urbana, mesmo que não sejam entregues a tempo, foram
“aceleradas”.
A estratégia governista é não
deixar que a população “se deixe levar pela loucura”, nas palavras de um
assessor direto da presidente. Pelas redes sociais, há grupos que se mobilizam
com a bandeira de “Não Vai Ter Copa”. Já houve protestos violentos no fim de
semana passado. O PT chegou a criar uma campanha “Vai Ter Copa” para rebater o
movimento. Agora terá ajuda do governo.
O Planalto aposta no argumento de
geração de empregos por causa do megaevento. Também já levanta os preços dos
estádios de outras edições do torneio a fim de compará-los com os custos do
caso brasileiro.
Da Agência Estado
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