segunda-feira, 28 de abril de 2014

Do blog do Magno Martins: Coluna da segunda-feira

FEITO CEGO EM TIROTEIO - Sem Eduardo em Pernambuco, por conta da campanha presidencial, Paulo Câmara, candidato a governador pelo PSB, anda devagar, quase parando. É, literalmente, um maior abandonado. Não entrou ainda no ritmo, sua desenvoltura está longe do que era possível se esperar de um candidato: agressividade nas propostas, leveza no contato de rua e discurso convincente.

Entre os próprios socialistas vaza um sentimento de que o rapaz foi jogado no fogo sem mídia training, com um discurso fraco e disperso. Na ausência do padrinho e estrela, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho tem feito um esforço descomunal para suprir as deficiências do companheiro de chapa.

Político experiente, talhado em históricas disputas e com verniz invejável, Fernando não pode ser o carro-chefe da campanha, porque não é candidato a governador, mas a senador. E, historicamente, não há paralelo de que senador elege governador, muito pelo contrário.

Foi assim com Arraes em 86, com Jarbas em 98 e 2002 e com o próprio Eduardo em 2010, quando puxou Armando e Humberto. O ex-governador e o PSB subestimam a força, a capacidade, o talento e a envergadura do senador Armando Monteiro Neto, adversário de Câmara.

Talvez esteja explicada neste descompasso - a descrença numa vitória de Armando - a razão de não submeterem Câmara, que não é do ramo e nunca disputou uma eleição, a um intenso treinamento antes de jogá-lo na arena da sucessão estadual.

A história diz, também, que sapato alto, confiança em excesso e arrogância são maus conselheiros. A impressão que Paulo Câmara passa é que foi jogado na jaula dos leões, estando mais perdido do cego em tiroteio.

A DIFERENÇA – O que se ouve também entre os aliados do ex-governador Eduardo Campos é que o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, embora nunca tenha também entrado numa disputa eleitoral, pegou as manhas e o ritmo muito mais rápido do que Paulo Câmara. Mas Geraldo, ao contrário de Câmara, fez o bê-á-bá da política e depois exigiu um intensivão sabedor das suas fragilidades.

SERRA, MINISTRO DE DILMA? – Na opinião do marqueteiro Marcelo Teixeira, o namoro de Lula com o ex-governador paulista José Serra pode provocar o primeiro fato impactante da campanha: o tucano ministro da Fazenda.  “Desde o exílio, Serra sonha com a Fazenda e com ele Dilma pode dar uma guinada na economia, que vai mal”, afirmou. Com isso, segundo ele, Serra se vingaria de Aécio, que fez corpo mole em sua campanha presidencial, em 2010.

EQUIPE REFORÇADA – Sem disposição para disputar a reeleição, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) deve se incorporar ao staff da campanha presidencial de Eduardo, que esta semana ganha mais um reforço: o ex-vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, já de malas prontas para residir em São Paulo. No caso de Simon, seria mais uma das grifes nacionais no palanque socialista.

PREFEITO REAGE - O prefeito de Gravatá, Bruno Martiniano, que recentemente rompeu com Armando e passou a engrossar o palanque de Paulo Câmara, está reunindo documentos para contestar o discurso do candidato trabalhista, de que houve investimentos federais no município. “Não fosse o FEM, fundo criado por Eduardo, Gravatá estaria um caos”, diz ele.

NA PROVOCAÇÃO - Como forma de se contrapor ao slogan de “senador das águas”, adotado por Fernando Bezerra Coelho, o deputado Silvio Costa (PSC) começou a chamar João Paulo (PT) de “senador do povo”. “A diferença é que o senador das águas vai nadar, nadar e morrer afogado”, disparou Silvio, durante a primeira plenária do Pernambuco 14, em Igarassu, sábado passado.

CURTAS

ACIDENTE – Uma fatalidade tirou a vida do vereador Augusto Simões, da bancada do PCdoB na Câmara de Pesqueira, sábado passado. Vítima de acidente de carro na BR-232, Simões foi chamado à eternidade no mesmo dia em que completara 35 anos e dois anos após perder a esposa também num acidente automobilístico.

FILIAL SERTANEJA - A Ordem dos Músicos de Pernambuco está abrindo uma delegacia em Afogados da Ingazeira, no próximo mês. Delegado fiscal da instituição, Eri Trombonista, que é filho do Pajeú, expõe os objetivos da filial durante encontro marcado para o dia 8, na Câmara de Vereadores.

PERGUNTAR NÃO OFENDE: Lula entrou no jogo para queimar Dilma e depois se apresentar como o salvador da pátria?


'A justiça guarda ao que é de caminho certo, mas a impiedade transtornará o pecador'. (Provérbios 13-6)

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