O papa Francisco reafirmou hoje
(9), durante encontro com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas
(ONU), Ban Ki-moon, e responsáveis por agências da instituição, a oposição
radical da Igreja ao aborto, considerando que "a vida é inviolável desde a
concepção".
Ban Ki-moon, que falou em
primeiro lugar, saudou o empenho pessoal do argentino Jorge Bergoglio na
erradicação da pobreza e na defesa da dignidade humana. Ele convidou o papa
para ir a Nova York "expor a sua visão" do mundo na tribuna das
Nações Unidas.
Na resposta, em que elogiou o
trabalho e os progressos conseguidos pela ONU, Francisco pediu às várias
agências, que estiveram reunidas nos últimos dias em Roma para um encontro de
coordenação, para "se oporem à economia de exclusão, à cultura do
desperdício e à cultura da morte que, infelizmente, podem ser aceitas pela
passividade".
Ele lembrou "a dignidade de
cada irmão, cuja vida é inviolável, da concepção até o termo natural", em
uma condenação clara ao aborto e à eutanásia.
Esta semana, o Vaticano foi
criticado por peritos da comissão da ONU contra a tortura, pelos casos de
pedofilia, mas também pela oposição à interrupção voluntária da gravidez. Eles
consideram que a oposição da Igreja Católica ao aborto configura forma de
tortura.
O chefe da delegação do Vaticano,
Silvano Tomasi, respondeu que o aborto também é tortura, e acrescentou que a
Igreja condena "qualquer forma de tortura.
No pontificado de João Paulo II,
durante o qual decorreram as conferências do Cairo sobre a população (1994) e
de Pequim sobre as mulheres (1995), a ONU e o Vaticano opuseram-se em relação
aos temas da contracepção, do aborto, divórcio e dos direitos das mulheres.
As agências da ONU acusam o
Vaticano de favorecer a natalidade excessiva nas sociedades que não conseguem
responder às necessidades da população e de colocar em destaque o papel da
Igreja, ao travar indiretamente o desenvolvimento.
O Vaticano acusa as agências das
Nações Unidas de violar os "direitos naturais" à vida e à família, de
favorecer o planejamento familiar e o controle do crescimento populacional,
além de exercer um "imperialismo cultural", no qual as concepções das
sociedades desenvolvidas do Norte são impostas às culturas do Sul.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário