Expedito Lima/Folha de Pernambuco
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Já pensou em realizar todas as
atividades do cotidiano utilizando o transporte público, caminhando ou de
bicicleta? Esta é a proposta do Dia Mundial Sem Carro, comemorado nesta
segunda-feira (22), com ações que propõem mobilização e conscientização sobre
os impactos e a falta de mobilidade nos grandes centros urbanos, como o Recife
e a sua Região Metropolitana. O dia tem como objetivo principal uma mudança de
cultura. Para isso, uma bicicletada será realizada, com a concentração às
18h30, na praça do Derby, com destino a ser decidido na hora, pelos
participantes.
“É uma crítica ao estilo de ida
das pessoas. O carro está endo utilizado para percursos que poderiam ser feitos
a é ou com modais menos impactantes. O Dia Mundial Sem Carro representa isso, a
divulgação dessas ideias massivamente”, afirmou um dos integrantes do grupo
Massa Crítica Recife, Lourenço Brandão. Antecipando o dia, o grupo ocupou duas
vagas - que seriam disponíveis para carro - com a intervenção conhecida como
“Vaga Viva”. “O objetivo é usar uma ou duas vagas de carro, que são espaços
públicos privatizados pelos automóveis, para transformar num espaço de
convívio”, concluiu Brandão.
Para o professor da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) e mestre em Engenharia Civil, Maurício Pina, a
opção do automóvel passa por uma questão cultural. “As pessoas têm na cabeça
que todo e qualquer deslocamento deve ser realizado de automóvel. Isso acontece
por comodismo e receio de sair nas ruas”, explicou. Para ele, é preciso
realizar um trabalho de conscientização demonstrando que a alternativa do
transporte individual não é viável. “Se cada um buscar a sua própria solução,
estaremos longe de resolver o problema. As ruas estão aí para mostrar isso”,
disse Pina.
O especialista destacou os
investimentos e avanços realizados na mobilidade, como a implantação de faixas
exclusivas para ônibus. “A implantação dos corredores é um primeiro passo para
isso. Tivemos um avanço na quantidade de corredores com prioridade para ônibus.
Temos 1.360 km de vias exclusivas para ônibus, quando, há um ano havia pouco
mais de 30 km. Devagar vamos alcançando esse padrão de mobilidade”, salientou.
Contudo, apesar de uma mudança de
postura do poder público, o caminho a ser percorrido parece longo. O transporte
público está longe de ser uma alternativa que atraia os usuários, seja pela
comodidade, conforto e eficiência. Para Maurício Pina, a melhora do sistema de
transporte coletivo pode aumentar a busca dos passageiros, reduzindo, por
consequência, os usuários de carro. “Além da deficiência do transporte público
ainda existe a relação de que o automóvel é uma alternativa que concebe poder,
status prestígio. Ainda há uma mística muito grande por trás d automóvel”,
completou.
Da Folha de Pernambuco
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