Arthur Mota/Folha de Pernambuco |
Foi condenado a 37 anos de
reclusão, mais 240 dias/multa, o ex-policial Marco Antônio de Medeiros Silva.
Ele é acusado de matar e ocultar o corpo da corretora Taciana Barbosa de
Carvalho.
O julgamento dele começou nesta terça-feira (2), por volta das 10h,
no Fórum de Olinda. A sessão foi presidida pela juíza Maria Segunda Gomes de
Lima, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda. Ele respondia por homicídio
triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, furto qualificado,
ocultação de cadáver, aborto provocado por terceiro e coação no curso do
processo. A promotora Eliane Gaia foi a responsável pela acusação.
De acordo com o veredito, estão
somados na sentença; 19 anos por homicídio; 7 anos por aborto; 4 anos por
furto; 2 anos por ocultação de cadáver, mais 120 dias/multa; e 2 anos por
coação, mais 120 dias de multa. Após a divulgação da condenação, a defesa
assegurou que irá recorrer da decisão. Já os familiares da vítima se disseram
satisfeitos com o resultado. A princípio, o preso deve cumprir a pena na
penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.
Antes do julgamento, o reu só
queria entrar no tribunal vestido de colete a prova de balas. Contudo, tanto a
juíza como o MPPE não viram necessidade e o pedido não foi atendido.
De acordo com a denúncia do
Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na noite de 11 de maio de 2008,
Taciana saiu de casa para encontrar Marco e receber dele um presente de Dia das
Mães. O destino dela seria o terminal de ônibus de Rio Doce. A mulher, contudo,
nunca mais voltou para casa.
Em seu depoimento, Marcos negou a
autoria do crime. De acordo com o advogado de defesa do acusado, Maurício
Gomes, não há provas que apontem o réu como culpado, reforçando a sua tese de
de negativa de autoria por parte dele.
A mãe de Taciana, Fátima de
Carvalho, deu detalhes do dia em que estava ao lado da filha, quando esta
recebeu a ligação com o convite para receber o presente. De acordo com a mãe de
Taciana, a família acredita que o acusado solto representa risco de vida para
elas. Ainda em seu depoimento, a mãe também foi questionada pela defesa de
Marcos, que afirmou que a relação entre mãe e filha era alvo de constantes
brigas.
CASO
Conforme as investigações, o
corpo dela teria sido amarrado a uma âncora e jogado em alto-mar, na Ilha de
Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife. O cadáver nunca foi encontrado,
apesar de buscas do Corpo de Bombeiros. Em 2011, uma ossada foi achada na
região do desaparecimento, mas perícias descartaram a possibilidade de ser o corpo
da corretora.
Taciana tinha 32 anos e estava
grávida de oito meses quando desapareceu. Segundo familiares, o réu, que teria
um relacionamento extraconjugal com a vítima e seria o pai da criança, não
aceitava a chegada do bebê, o que pode ter motivado o crime.
Do Folha PE
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