quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Acusado de matar e ocultar corpo de corretora é condenado a 37 anos de reclusão

Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Foi condenado a 37 anos de reclusão, mais 240 dias/multa, o ex-policial Marco Antônio de Medeiros Silva. Ele é acusado de matar e ocultar o corpo da corretora Taciana Barbosa de Carvalho. 

O julgamento dele começou nesta terça-feira (2), por volta das 10h, no Fórum de Olinda. A sessão foi presidida pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda. Ele respondia por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, furto qualificado, ocultação de cadáver, aborto provocado por terceiro e coação no curso do processo. A promotora Eliane Gaia foi a responsável pela acusação.

De acordo com o veredito, estão somados na sentença; 19 anos por homicídio; 7 anos por aborto; 4 anos por furto; 2 anos por ocultação de cadáver, mais 120 dias/multa; e 2 anos por coação, mais 120 dias de multa. Após a divulgação da condenação, a defesa assegurou que irá recorrer da decisão. Já os familiares da vítima se disseram satisfeitos com o resultado. A princípio, o preso deve cumprir a pena na penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.

Antes do julgamento, o reu só queria entrar no tribunal vestido de colete a prova de balas. Contudo, tanto a juíza como o MPPE não viram necessidade e o pedido não foi atendido.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na noite de 11 de maio de 2008, Taciana saiu de casa para encontrar Marco e receber dele um presente de Dia das Mães. O destino dela seria o terminal de ônibus de Rio Doce. A mulher, contudo, nunca mais voltou para casa.

Em seu depoimento, Marcos negou a autoria do crime. De acordo com o advogado de defesa do acusado, Maurício Gomes, não há provas que apontem o réu como culpado, reforçando a sua tese de de negativa de autoria por parte dele.

A mãe de Taciana, Fátima de Carvalho, deu detalhes do dia em que estava ao lado da filha, quando esta recebeu a ligação com o convite para receber o presente. De acordo com a mãe de Taciana, a família acredita que o acusado solto representa risco de vida para elas. Ainda em seu depoimento, a mãe também foi questionada pela defesa de Marcos, que afirmou que a relação entre mãe e filha era alvo de constantes brigas.

CASO

Conforme as investigações, o corpo dela teria sido amarrado a uma âncora e jogado em alto-mar, na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife. O cadáver nunca foi encontrado, apesar de buscas do Corpo de Bombeiros. Em 2011, uma ossada foi achada na região do desaparecimento, mas perícias descartaram a possibilidade de ser o corpo da corretora.

Taciana tinha 32 anos e estava grávida de oito meses quando desapareceu. Segundo familiares, o réu, que teria um relacionamento extraconjugal com a vítima e seria o pai da criança, não aceitava a chegada do bebê, o que pode ter motivado o crime.

Do Folha PE 

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