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A Polícia Federal (PF) encerrou
as investigações sobre o assassinato do promotor de Justiça Thiago Farias
Soares, no dia 14 de outubro de 2013, em Itaíba, no Agreste de Pernambuco.
O
inquérito, apresentado na quarta-feira (24), na sede do órgão, concluiu que
participaram e planejaram o crime: o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 55, o auxiliar de serviços gerais,
José Marisvaldo Vitor da Silva, 42, José Maria Domingos Cavalvanti, 55, Adeildo Ferreira dos Santos, 26, e Antônio Cavalcanti Filho, 26, este
último ainda foragido. O fazendeiro foi apontado como o mandante do crime e a
disputa por terras foi a motivação.
De acordo com o superintendente
da PF, Marcelo Diniz Cordeiro, as investigações foram finalizadas na última
sexta-feira (19), quando foi preso Adeildo Ferreira dos Santos, 26, em Buíque.
Ele ajudou a planejar a execução. "O caso será entregue à Justiça Federal
e novas diligências podem surgir. A Justiça deverá abrir ação penal contra os
envolvidos e abrir prazo de defesa para eles. No final pode haver até tribunal
do júri", afirmou Cordeiro.
O superintendente disse ainda que
Antônio Cavalcanti Filho, procurado pela polícia, esteve em Águas Belas de 27
de setembro a 14 de outubro, quando houve o assassinato. Neste período, ele
levantou as informações da vítima, indicando inclusive o roteiro dela e rota de
fuga deles. Ele é irmão de José Maria Domingos Cavalcanti, preso no último dia
03, e já tem a prisão decretada por um latrocínio em Jaguaripe, na Bahia.
Já o auxiliar de serviços gerais
José Marisvaldo Vitor da Silva, 42, preso dia 29 de outubro deste ano,
acompanhou o percurso do promotor para garantir que o plano desse certo. Houve
ainda um sexto indiciado, Janeci Carneiro que teria facilitado a fuga dos
suspeitos, emprestando o carro, por exemplo, mas ele não teve a prisão
decretada. Ele ficará em liberdade até o julgamento. O autor dos disparos não
foi possível ser identificado porque não havia mais possibilidade de refazer os
exames residuológico.
O delegado Alexandre Alves, falou
pela primeira vez desde que assumiu o caso em 19 de setembro deste ano e
afirmou que várias linhas foram investigadas, como a disputa por terras, a de
crime passional (planejado pela ex-noiva do promotor, Mysheva Martins) e a
participação do ex-noivo dela, mas todas as provas e perícias indicaram que a
briga por partes da Fazenda Nova, arrendada por Mysheva e administrada
anteriormente por José Maria Pedro Rosendo, foram o motivo da execução.
"A disputa gerou muitos
atritos entre eles. O José Maria Rosendo havia determinado o corte de água da
fazenda e o promotor mandou demolir uma casa que o José Maria estava reformando
para manter alguns de seus funcionários. O promotor alegou para eles que o
imóvel descumpria a distância legal de três metros e invadia seu terreno",
explicou Alves.
Outro problema foi uma petição de
espólio expedida pelo promotor que acabou removendo José Maria como
inventariante. "O próximo da lista seria o pai de Mysheva. Esse documento
havia sido apresentado como contestação do processo judicial 13 dias antes do
crime e só falta o juiz decidir quem ficaria com a terra", detalhou o
delegado.
O fazendeiro, segundo as
investigações, arregimentou parte dos envolvidos em viagem a Alagoas, no dia 10
de outubro. "Ele foi procurar conhecidos e pessoas que fazem pistolagem.
Tudo foi feito através de trocas de favores e nenhum pagamento foi feito",
detalhou.
Em depoimento José Maria Pedro
Rosendo acusa Mysheva de ser a mentora do assassinato. O delegado, entretanto,
descartou a participação dela e disse que ela é outra vítima. No dia do crime,
o promotor dirigia seu carro na rodovia PE-300, acompanhado da noiva e de um
tio dela, quando o carro dele foi interceptado por um veículo com três homens.
“Houve um tiro direcionado para a porta direita, que não foi para o promotor. A
partir do momento em que se dá tiros de 12 pode-se concluir que o motorista não
só era o alvo”.
Para ele, houve homicídio
qualificado e dupla tentativa de homícidio. "Durante as investigações
houve o acompanhamento do comportamento dela e verificou-se que ela estava numa
situação compatível com a do estado de choque. Ela não fez nenhuma ligação das
8h38 do dia do crime até o dia seguinte".
Relembre o caso
O promotor foi executado no dia
14 de outubro do ano passado na rodovia PE-300, entre as cidades de Águas Belas
e Itaíba, quando seguia para o trabalho. Ele estava acompanhado da noiva, a
advogada Mysheva Martins, e um tio dela. Ambos escaparam sem ferimentos.
Diario de Pernambuco
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