terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Após denúncia, MPF não vê irregularidade em cenas gays de "Império"


O Ministério Público Federal investigou uma denúncia de um telespectador que considerou  trÊs cenas da novela "Império" ofensivas e irregulares para passar na TV, que envolviam os atores Klébber Toledo (Leonardo) e José Mayer (Cláudio Bolgari).

Especialistas em direitos humanos, que avaliaram as cenas, consideraram o tratamento totalmente adequado para o horário em que é exibido. A Subdivisão da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), sediada na 2ª Divisão (RJ/ES), homologou o arquivamento da apuração, por não ter elementos suficientes para seguir com os processos.

Tanto a procuradora da República que apurou o caso quanto os membros dessa subdivisão - o Núcleo de Apoio Operacional à PFDC-2ª Região (NAOP2) -  concluíram que as cenas devem ser avaliadas em razão dos elementos sexuais expostos, independentemente da opção sexual dos personagens, mesma posição adotada pelo Ministério da Justiça.

O procurador regional da República, João Marcos Marcondes, relator do caso, argumentou em seu voto que o Guia Prático da Classificação Indicativa, do MJ, não considera os personagens envolvidos: "No que se refere a conteúdo que envolva sexo e nudez, o documento não faz qualquer distinção entre cenas que envolvam personagens heterossexuais ou homossexuais, em atendimento aos direitos fundamentais a igualdade e a dignidade da população LGBT".

Das três cenas criticadas pelo telespectador, todas envolvendo os personagens homossexuais da novela de Aguinaldo Silva, apenas uma teria conteúdo impróprio para a classificação indicativa da novela, que tem o selo de "não recomendada para menores de 12 anos", na qual um dos personagens tira a camisa e faz uma dança sensual para outro. O Ministério da Justiça considera essa situação "imprópria para menores de 14 anos".

Ainda assim, a procuradora da República que atuou no caso apurou que a Rede Globo foi notificada pelo Ministério da Justiça para adequar as cenas da novela à classificação, e considerou a questão solucionada sem a necessidade de encaminhamento judicial de maior trabalho.

A Central Globo de Comunicação informou que não foi notificada sobre a situação. Já o autor Aguinaldo Silva não comentou o processo.
Ne10.com 

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