quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Blog de Magno Martins: Coluna da quarta-feira

O naco do PT estadual

Sem mandatos a partir de fevereiro, os deputados federais petistas não reeleitos Pedro Eugênio e Fernando Ferro, além de João Paulo, que perdeu a eleição para o Senado, passaram a integrar uma misteriosa lista do segundo e terceiro escalões encaminhada pelo partido a presidente Dilma.

À João Paulo, seria entregue o comando da Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, poderoso feudo do clã Coelho de Petrolina, de onde brotam recursos para projetos de irrigação que povoam a região banhada pelo rio da integração nacional.

O orçamento da Codevasf para este ano está em torno de R$ 2 bilhões, nada, portanto, desprezível, mas o grande impedimento para o PT bancar o ex-prefeito do Recife está na queda de braço com o PP, o Partido Progressista, que hoje controla o Ministério da Integração Nacional.

Mas as notícias que chegam de Brasília dão conta de que Dilma tem interesse em bancar João Paulo para um órgão de segundo escalão que possa cacifar seu poderio político em Pernambuco com vistas às eleições de 2016. Passa pela cabeça de João disputar a Prefeitura do Recife.

Quanto a Pedro Eugênio e Fernando Ferro, o primeiro já objeto de rasgados elogios pelo ministro do Desenvolvimento Econômico, Armando Monteiro Neto, sugerindo que seria aproveitado na sua estrutura, o que até o momento não se deu. Fala-se ainda na possibilidade de Eugênio ocupar uma diretoria no Banco do Nordeste.

Já Fernando Ferro, pela sua formação e sua origem na vida pública atuando na área elétrica, é cogitado para uma diretoria da Chesf – Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Responsável pela tal lista dos nomes do PT pernambucano, a presidente da legenda, Teresa Leitão, está confiante.

Acha que João Paulo, Ferro e Pedro Eugênio têm uma larga experiência e podem emprestar ao Governo bons serviços, mas, por precaução, prefere esperar as sinalizações do Planalto, sem especificar o destino dos seus companheiros de partido.

BRIGA FEIA– Por acha que foi “rebaixado” ao perder o Ministério das Cidades para o PSD, o PP quer agora manter o controle da Codevasf e indicar, também, o diretor-geral do Departamento Nacional de Obra Contra a Seca (Dnocs). Já o PT está de olho na Eletronorte, com orçamento de R$ 1 bilhão, e o PR no Dnit, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, com orçamento de R$ 11 bilhões.

Ficha imunda– Quando um prefeito ou qualquer gestor tem mais de uma conta rejeitada pelos tribunais não é mais classificado como ficha suja, como de praxe. Os técnicos do Tribunal de Contas da União só se referem a estes como “fichas imundas”. Ex-prefeitos na imundície estão, portanto, fora da disputa de 2016.

Saia justa – Em artigo postado, ontem, no meu blog, o deputado Rodrigo Novaes (PSD), que se proclamou independente no processo eleitoral para renovação da mesa diretora da Assembleia Legislativa pôs uma saia justa no presidente estadual da legenda, André de Paula, adepto do quinto mandato para Guilherme Uchoa (PDT).

Com Uchoa– Assessor especial da deputada estadual Raquel Lyra (PSB), em temporada de férias no Exterior, o radialista Rubens Júnior nega que a parlamentar defenda candidatura própria para presidente da Assembleia. Segundo ele, ela segue a orientação do partido, votando pela reeleição de Guilherme Uchoa se o PSB fechar questão.

Para irritar Dilma – No plano nacional, a volta de Raul Jungmann (PPS), vereador no Recife, para a Câmara dos Deputados com a convocação de quatro federais para o primeiro escalão de Paulo Câmara, está sendo interpretado como uma contribuição do PSB pernambucano para reforçar a oposição a Dilma. Criativo, Jungmann é bom de briga.

CURTAS

O DRAMA– Se a Polícia Militar decidir pela greve, o governador Paulo Câmara tem quer recorrer ao Governo Federal para pedir apoio de tropas federais. Como fez, aliás, o ex-governador João Lyra Neto na paralisação da PM por reajuste salarial.

A RAZÃO– A decretação da greve tem outra motivação: a segurança dos presídios é competência dos agentes penitenciários e não da PM, que estaria acumulando a função. Além da segurança, os policiais também vão debater a questão salarial.

Perguntar não ofende: O Governo vai cumprir o que acertou em termos de aumento salarial com a PM para acabar a greve de setembro passado?

'Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele'. (Provérbios 22-6)

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