Um meteorito que cruzou o céu de
São Paulo no último dia 9 e colidiu com a Terra no município de Porangaba,
região de Sorocaba, está sendo estudado por cientistas do Museu Nacional do Rio
de Janeiro. O fragmento de rocha espacial com cerca de dez centímetros de
diâmetro, pesando 400 gramas, pode ter mais de 4 bilhões de anos e remonta aos
primeiros momentos da formação do Sistema Solar.
Mais que a composição da pedra,
composta por côndrulos e partículas de ferro, interessa aos pesquisadores a
viagem do objeto pelo espaço, até a colisão. Não é comum no Brasil um astrônomo
estabelecer com precisão, em tempo real, o local da queda de um meteorito, como
nesse caso.
Ao entrar na atmosfera e
explodir, espalhando fragmentos, a rocha espacial pesava cerca de cem quilos e
se deslocava a 180 mil km/h. A partir da explosão, o astrônomo amador Carlos
Eduardo di Pietro, que acompanhava o meteorito de Goiânia (GO), onde mora,
conseguiu estabelecer a rota e o ponto quase exato em que o pedaço de rocha
caiu.
Ele passou essas informações a um
colega paulista, Renato Cássio Poltronieri, que localizou a pedra no último dia
18, em Porangaba. Os dois astrônomos amadores fazem parte do Brazilian Meteor
Observation Netowork (Bramon), uma rede mundial de investigadores voluntários desse
tipo de fenômeno.
Poltronieri foi à cidade paulista
na companhia da pesquisadora Maria Elizabeth Zucolotto, cientista do Museu
Nacional. A eles, o caseiro da propriedade relatou ter visto uma explosão no
céu e o barulho de dois objetos caindo. Um deles caiu a três metros da casa e
causou uma perfuração de 25 cm no solo.
O próprio caseiro resgatou a
pedra, da qual os cientistas retiraram amostras para pesquisas na universidade
do Rio. O outro fragmento relatado pelo caseiro continua sendo procurado - os pesquisadores
interrompem a busca nesta terça-feira (27). O destino do meteorito ainda não
foi decidido.
Agência Estado
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