Pecinhas
furam o papel para indicar letras em braile: 'É ideal por ser barato'.
Mãe
de Shubha Banerjee comanda empresa dele: 'Não posso ser CEO'.
Indiano Shubha Banerjee, 13 anos, fala sobre impressora braile de Lego, na Campus Party (Foto: Divulgação/Willian Alves/Campus Party) |
Ele
gosta de lembrar que não pode beber, dirigir, votar ou ser responsabilizado por
crimes. O indiano Shubha Banerjee tem 13 anos. Mas a idade não o impediu de
criar uma impressora de braile, a linguagem utilizada por deficientes visuais.
Em vez de componentes sofisticados, usou peças de Lego. E conta aos risos, em
português, que recorreu ao famoso "paitrocínio".
Neste
ano, ele é um dos principais palestrantes da Campus Party. Subiu ao palco nesta
quarta-feira (4) depois do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, criador
do exoesqueleto. Ele, porém, está acostumado a estar entre autoridades. Durante
uma visita à Casa Branca, onde foi recebido pelo presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, conheceu o presidente da Lego, Soren Torp Laursen.
"Na
verdade, foi ele quem veio me ver", brinca o garoto. Apesar de fazer
reverência às várias personalidades do mundo científico, econômico e político
que conheceu depois de sua invenção, o garoto não esconde o que realmente o
surpreendeu. "Oh, meu Deus, eu conheci o Will.i.am", grita, dizendo em
seguida ter sido legal ir ao "Queen Latifah Show".
Antes
de recorrer ao Lego, pecinhas das quais é fã desde os 2 anos, pesquisou na
internet se havia kits de desenvolvimento para construir sua máquina. Havia,
mas custava caro, coisa de US$ 350. Recorreu às peças coloridas por um motivo
nada científico. "O lego é ideal porque é barato", diz. Elas furam o
papel para indicar as letras em braile. Para ser o cérebro de sua máquina, o
adolescente usou o chip Edison, criado pela Intel para ajudar empreendedores como
Banerjee. Após criar o protótipo de sua impressora de braile, a Braigo (Braile
+ Lego), em janeiro de 2014, as portas do mundo se abriram.
Ida
para o Vale do Silício
Em
setembro foi convidado pela Intel para participar de sua conferência anual
(IGF). O presidente da companhia afirmou que ficou tão impressionado que a
Intel resolveu investir na Braigo Labs. Agora, trabalha no Vale do Silício, na
Califórnia (EUA). Antes disso, teve de viajar de volta à Índia para colocar os
documentos em ordens, já que é menor de idade.
Além
de não ter idade para muita coisa, Banerjee não gerencia o negócio que criou.
Sua mãe é presidente da Braigo. "Ahn, ela é a CEO. Não posso ser
CEO." A presença da família não é novidade. Ainda que as peças de Lego
fossem mais baratas, precisou do dinheiro do pai para comprá-las. "Eu
achei uma palavra em português para isso. É 'paitrocínio'."
Portal
g1.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário