sexta-feira, 6 de março de 2015

Do blog do Magno Martins: Coluna da sexta-feira

FERIDO E VULNERÁVEL - Nos bastidores de Brasília corre solta a versão de que os presidentes do Senado e da Câmara foram incluídos na lista de Janot, que relaciona os envolvidos na operação Lava Jato, por uma manobra do Governo, para fragilizar o Congresso neste momento tão difícil que a presidente Dilma enfrenta, estando programado para 15 de março um ato nas ruas pedindo o seu impeachment.

Com um Congresso igualmente comprometido pelo escândalo, segundo os comentários, não haveria ambiente para se iniciar a discussão de um processo de afastamento de Dilma, até porque pega de proa os dois dirigentes das Casas Legislativas – Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), respectivamente do Senado e Câmara,

Os aliados de Renan e Cunha têm a convicção que o Planalto interferiu diretamente para colocar seus nomes na lista Janot. “Teve interferência sim, para colocar e tirar”, diz um parlamentar bem próximos aos dirigentes. A irritação se deve à crença de que o Planalto poderia excluir seus nomes.

“Eles estão irados porque achavam que o ministro José Eduardo Cardozo tinha poder e caneta e não quis tirá-los”, se repete, abertamente, no Palácio. Outo aliado, por sua vez, pergunta: “O que o governo ganharia ao incluir o nome de Renan?” Outro ironiza a postura do senador: “Para quem precisa de apoio no Senado, e não quer a oposição no pé, ficar contra o governo rende”.

Renan e Cunha, o presidente estão convencidos de que houve o dedo do Governo, com a atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, através da Polícia Federal, para incriminá-los com o objetivo de fragilizar o Congresso e dividir as atenções neste momento de crise que o país atravessa.

A presença dos presidentes do Congresso na lista Janot constrange a oposição. Na opinião pública, embalada pela indignação, deve haver forte simpatia pelo afastamento de ambos. Os líderes da oposição avaliam que a situação será muito incômoda. Eles vão ser pressionados a cortar a cabeça de quem sequer foi indiciado. A leitura nas ruas é a de que a lista é de julgados e condenados.

CRISE BRABA – O cenário complicado de negociações da presidente da República com o Congresso virou mote para mais especulações. Diante da revelação de Renan Calheiros e Eduardo Cunha na lista de Janot, o que se questiona é se a confirmação dos dois representantes do Congresso nas investigações configuraria uma desestabilização maior para Dilma. Há quem aposte que sim, mas cientistas políticos ouvidos avaliam que não.

BRASÍLIA 40 GRAUS – O ministro Teori Zavascki divulga, hoje, os nomes contra os quais o procurador-geral Rodrigo Janot pediu a abertura de inquéritos. Numa sexta-feira de Congresso vazio, o que se espera é que pelo menos não haja retaliações imediatas de terceiro grau, como a de Renan Calheiros, na terça-feira passada, quando mandou de volta ao Planalto a MP do ajuste fiscal.

VAI TER QUE PROVAR – O deputado Raul Jungmann(PPS) entende que o ministro da Educação, Cid Gomes, cometeu crime de injúria em declaração durante visita à Universidade Federal do Pará, quando disse que existe, na Câmara, 300 deputados que vivem de achacar. Por isso, entrou com interpelação judicial para que o ministro aponte quem são os achacadores ou se retrate publicamente.

ESTELIONATO ELEITORAL – Na passagem, ontem, pelo Recife, a presidente do PSOL, Luciana Genro, disse que houve estelionato eleitoral com a reeleição de Dilma. “A situação política brasileira está bem complicada. A polarização Dilma X Aécio fez que muitos acreditassem que o PT estava indo para a esquerda. No fim das contas, a presidente aplica as mesmas medidas que acusou Aécio de querer praticar, inclusive com aquela peça publicitária que mostrava a comida desaparecendo da mesa”, avaliou.

MILHO MAIS BARATO – O secretário de Agricultura, Nilton Mota, voltou, ontem, de Brasília, confiante na possibilidade de o Governo reeditar a portaria interministerial que subsidia o milho da Conab repassado aos criadores e produtores do Nordeste. Em Pernambuco, segundo ele, o governador já prorrogou a isenção do ICMS nas operações com a Conab para reduzir o preço do milho.

CURTAS

CHOVE, CHUVA! – Choveu bastante, ontem, em vários municípios do Sertão do Pajeú, principalmente em Afogados da Ingazeira, Iguaracy e Tabira. As chuvas se estenderam também ao Sertão do Moxotó, com maior incidência na cidade de Arcoverde, a porta do Sertão.

CONSÓRCIO – O prefeito de Tuparetama, Edvan Pessoa (PSB), é o novo presidente do Consórcio de Integração dos Municípios do Pajeú (Cimpajeú), cuja diretoria tem como vice-presidente o prefeito de Sertânia, Guga Lins (PSDB). O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), assumiu a coordenação da entidade no Baixo Pajeú.


PERGUNTAR NÃO OFENDE: A terra vai tremer hoje em Brasília com a divulgação dos nomes envolvidos na operação Lava Jato?

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