Em
alguns colégios, nenhum professor apareceu. Em poucos, há aulas.
Greve
dos professores da rede estadual foi deflagrada no último 10 de abril.
Mesmo
após a liminar do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que determina a
suspensão da greve dos professores estaduais, várias escolas seguem com as
atividades paralisadas no Recife, nesta quinta-feira (16). A Escola de
Referência em Ensino Médio Sizenando Silveira, em Santo Amaro, no centro do Recife,
está fechada desde quando a greve começou. "Aqui os professores resolveram
aderir ao movimento e não estamos tendo aula", contou Lucia Melo, auxiliar
de direção do colégio. A escola conta com 21 professores e cerca de 600 alunos.
Na
Escola Governador Barbosa Lima, nas Graças, Zona Norte da capital, apenas cinco
alunos tinham chegado por volta das 7h20 - as aulas do período da manhã começam
às 7h30. "A gente veio porque vimos na televisão que a greve teria de
acabar", explicou Alexandra Santos, mãe de Alan, aluno do oitavo ano. Um
funcionário terceirizado da escola afirmou que não haveria aula e aconselhou os
alunos a voltarem para casa.
No
Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, área central do Recife, sete dos 30
professores estão dando aula normalmente, de acordo com a coordenação do
colégio, que não quis dar entrevistas. Já na escola João Barbalho, que tem
1.030 alunos, apenas dois dos 36 professores aderiram à greve. "Eles dizem
que ganham pouco e ter esse dinheiro descontado por causa de uma greve não vale
a pena", explicou o diretor da escola, Natanael Silva.
A
greve foi deflagrada no último dia 10 de abril, após duas paralisações de 48
horas. Os professores querem que o aumento de 13,01% seja concedido a todos os
profissionais e não apenas aos que só têm nível médio (antigo magistério). Na
quarta-feira (15), o TJPE determinou a suspensão da greve, sob pena de uma
multa diária de R$ 30 mil.
De
acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de
Pernambuco (Sintepe), Fernando Melo, o sindicato ainda não foi oficialmente
notificado pelo Judiciário, mas deve recorrer quando a notificação chegar. “Só
podemos recorrer quando tivermos conhecimento do teor da decisão do TJ. Tudo
isso [as decisões] só vai ser oficial quando formos notificados”, afirmou Melo.
A
liminar do Tribunal atende a um pedido do Governo contra o sindicato. Em nota,
a assessoria de imprensa do TJPE destacou trecho da decisão do desembargador,
afirmando que existem indícios de ilegalidade/abusividade na greve. O Governo
do Estado informou, através de nota, que tem o propósito de retomar o diálogo
com a categoria, “e para tanto solicita que retomem às suas atividades para
normalização das aulas, considerando a decisão da Justiça de decretar ilegal a
greve deflagrada no dia 10 de abril”.
O
Sintepe avaliou que entre a segunda (13) e a quarta (15), o percentual de
adesão da categoria se manteve em 70%. Já a Secretaria Estadual de Educação diz
que 51% das unidades de ensino não tiveram aulas na quarta (15). O levantamento
foi feito com base nas aulas do turno da manhã. A categoria se reúne novamente
na sexta-feira (17), em assembleia no Centro de Convenções, para avaliar o
movimento grevista. "Estamos aguardando o contato da parte do governo para
discussão. O dia de hoje (quinta, 16) vai ser um parâmetro para a assembleia e
a greve", completou o presidente do Sintepe.
Do
G1/PE
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