quinta-feira, 16 de abril de 2015

Professores não voltam às salas de aula, mesmo com decisão do TJPE

Em alguns colégios, nenhum professor apareceu. Em poucos, há aulas.

Greve dos professores da rede estadual foi deflagrada no último 10 de abril.

Mesmo após a liminar do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que determina a suspensão da greve dos professores estaduais, várias escolas seguem com as atividades paralisadas no Recife, nesta quinta-feira (16). A Escola de Referência em Ensino Médio Sizenando Silveira, em Santo Amaro, no centro do Recife, está fechada desde quando a greve começou. "Aqui os professores resolveram aderir ao movimento e não estamos tendo aula", contou Lucia Melo, auxiliar de direção do colégio. A escola conta com 21 professores e cerca de 600 alunos.

Na Escola Governador Barbosa Lima, nas Graças, Zona Norte da capital, apenas cinco alunos tinham chegado por volta das 7h20 - as aulas do período da manhã começam às 7h30. "A gente veio porque vimos na televisão que a greve teria de acabar", explicou Alexandra Santos, mãe de Alan, aluno do oitavo ano. Um funcionário terceirizado da escola afirmou que não haveria aula e aconselhou os alunos a voltarem para casa.

No Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, área central do Recife, sete dos 30 professores estão dando aula normalmente, de acordo com a coordenação do colégio, que não quis dar entrevistas. Já na escola João Barbalho, que tem 1.030 alunos, apenas dois dos 36 professores aderiram à greve. "Eles dizem que ganham pouco e ter esse dinheiro descontado por causa de uma greve não vale a pena", explicou o diretor da escola, Natanael Silva.

A greve foi deflagrada no último dia 10 de abril, após duas paralisações de 48 horas. Os professores querem que o aumento de 13,01% seja concedido a todos os profissionais e não apenas aos que só têm nível médio (antigo magistério). Na quarta-feira (15), o TJPE determinou a suspensão da greve, sob pena de uma multa diária de R$ 30 mil.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Fernando Melo, o sindicato ainda não foi oficialmente notificado pelo Judiciário, mas deve recorrer quando a notificação chegar. “Só podemos recorrer quando tivermos conhecimento do teor da decisão do TJ. Tudo isso [as decisões] só vai ser oficial quando formos notificados”, afirmou Melo.
A liminar do Tribunal atende a um pedido do Governo contra o sindicato. Em nota, a assessoria de imprensa do TJPE destacou trecho da decisão do desembargador, afirmando que existem indícios de ilegalidade/abusividade na greve. O Governo do Estado informou, através de nota, que tem o propósito de retomar o diálogo com a categoria, “e para tanto solicita que retomem às suas atividades para normalização das aulas, considerando a decisão da Justiça de decretar ilegal a greve deflagrada no dia 10 de abril”.

O Sintepe avaliou que entre a segunda (13) e a quarta (15), o percentual de adesão da categoria se manteve em 70%. Já a Secretaria Estadual de Educação diz que 51% das unidades de ensino não tiveram aulas na quarta (15). O levantamento foi feito com base nas aulas do turno da manhã. A categoria se reúne novamente na sexta-feira (17), em assembleia no Centro de Convenções, para avaliar o movimento grevista. "Estamos aguardando o contato da parte do governo para discussão. O dia de hoje (quinta, 16) vai ser um parâmetro para a assembleia e a greve", completou o presidente do Sintepe.

Do G1/PE 

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