sábado, 2 de maio de 2015

Adolescentes “invisíveis” de SP contam suas histórias em página do Facebook

Página SP Invisível criou projeto após retorno das discussões sobre maioridade penal

Com cerca de 200 mil fãs no Facebook, o projeto SP Invísivel se dedica a dar voz para aqueles que muitas vezes não são enxergados pelas pessoas no dia a dia. Moradores de rua, lixeiros, frentistas e outras profissões contam suas histórias para a equipe da página que compartilha essas experiências na rede social. Em uma nova série de postagens, o SP Invisível está com um objetivo diferente: dar voz para os adolescentes invisíveis de São Paulo.

— Minha mãe me jogou na rua quando eu tinha nove anos. No começo, eu ia e voltava várias vezes pra casa da minha avó, agora volto só de vez em quando lá pro interior pra ver se tá tudo bem com ela e com meu gato.

Não consigo mais viver entre paredes não. Pra mim, a casa é uma prisão. Escola também é uma prisão.

A fala acima é de um dos jovens entrevistados pela página. Yago (nome fictício), de 15 anos, é apenas um dos muitos jovens que encaixam num mesmo perfil: adolescentes que vivem ou trabalham nas ruas.
A ideia da série surgiu com as discussões sobre a redução da maioridade penal. Os dois administradores da página, Vinícius Lima e André Soler decidiram que deveriam falar desse assunto, do jeito deles. Para Lima, conhecer um pouco da rotina dessas pessoas que são ignoradas pela sociedade já virou um hábito.
— A gente sai de sábado para entrevistar a galera e tirar fotos. Depois agendamos os posts durante a semana. Mas, mesmo não postando e nem registrando, virou um hábito conversar com essas pessoas durante o dia.
As postagens também procuram conscientizar as pessoas de que todos somos iguais. Com apenas um ano no ar, Vinícius fica feliz que a página já tenha dado frutos. Muitas pessoas comentam que mudaram o jeito de enxergar o mundo e até mesmo famílias foram reunidas após a repercussão dos posts.
— A mãe de um dos rapazes que deu depoimento, depois que viu a mensagem dele na página, pediu perdão por ter abandonado o filho e o levou para casa depois de sete anos na rua.
Você pode conferir na página todos os depoimentos publicados na série que foi encerrada na última sexta-feira (1º). Nos relatos, dez garotos de rua falaram de suas escolhas para enfrentar o duro dia a dia de uma metrópole. Você pode conferir novos posts todos os dias na página do SP Invisível.

DO R7

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