Bandeira do México |
José Luis Sanchez Del Rio
José Sanchez del Rio pertencia à Juventude Católica, da seção dos Aspirantes. Tinha 13 anos quando Calles iniciou a sua carnificina.
“Ora minha mãe”, dizia-lhe ele para animá-la, "não me deixe perder esta boa oportunidade de ganhar o Paraíso com tão pouca fadiga e tão depressa.”Qual seria o segredo de tamanha ardor pela Santa causa?
A Santa Comunhão cotidiana. Tal como os Mártires dos primeiros séculos. Rezara muito junto da sepultura do Proto-mártir da Juventude Católica mexicana: Joaquim Silva, e desta sua oração o aspirante Sanchez saiu Soldado de Cristo-Rei, na expectativa do seu glorioso martírio.
No acampamento dos Libertadores, Sanchez era o benjamim. Seu maior desejo, porém, era entrar em combate. Pouco depois do seu alistamento, foi admitido no corpo de expedição, que teve de empenhar-se a fundo na batalha de Gotija, aos 5 de Fevereiro de 1928. Sanchez estava ao lado do General Mendoza, quando, no mais aceso furor da luta, o cavalo do General tombou ao solo fulminado. Ato continuo, o soldadinho apeou-se e disse-lhe:
“General, tome o meu cavalo. Que importa que me matem? O senhor é aqui mais necessário do que eu.”E, escondido atrás de uma pedra, Sanchez continuou a atirar, até que, esgotadas as munições, foi aprisionado. Admirado ao ver um menino feito soldado, o Gal. Guerrero indagou: “Que está fazendo, menino? Não sabe que vamos fuzilá-lo?” “Que me importa?” Retrucou Sanchez. “Fiquem sabendo que só me prenderam porque estava sem munição; ainda assim, não me entrego.” “Deixe-se disso garoto. Ninguém pretende fazer-lhe mal algum. Fique conosco e diga-nos o que sabe dos rebeldes.” “Eu, traidor. dos meus irmãos? Nunca!” Respondeu com altivez o menino. "Que pensam que eu seja? Um judeu como vocês? Disseram-me que eu era um inimigo. Então, devem fuzilar-me!”
Tais respostas espantaram a todos. No entanto, guardaram-no como prisioneiro, na esperança de conseguir tirar-lhe informações acerca dos Libertadores. Com modos brandos ou violentos, ele acabaria cedendo. Foi, então, fechado na Igreja da aldeia, transformada pelos callistas em galinheiro. Sanchez passou aí a noite inteira, rezando. Mas, em dado momento, percebeu a presença de galos e galinhas na Igreja. Perpassou-lhe um frêmito de justa indignação. Não teve dúvidas. Ergueu-se e torceu o pescoço de todos aqueles animais que profanavam a casa de Deus.
É fácil imaginar a irritação dos guardas, quando, pela manhã, deram com a inesperada matança. Investindo contra o pequeno, bateram-no até vê-lo derramar sangue. Por toda resposta, Sanchez dizia-lhes, sorrindo: “Deixem-me vivo para morrer Mártir fuzilado.”Era preciso meter-lhe medo. Levaram-no, pois, a assistir ao enforcamento de um Libertador. O alvitre não deu resultado. Muito ao contrário, o próprio menino começou a encorajar o colega.“Lázaro, não se esqueça de me preparar um bom lugar lá em cima. Peço-lhe avisar a Cristo-Rei que me espere por toda esta noite.”Pediu e obteve escrever a sua mãe.
“Mamãe querida. Fui feito prisioneiro e esta noite serei fuzilado.
Chegou, finalmente, a hora tão desejada. Abraço a senhora e todos os meus irmãos, e prometo-lhes um bom lugar no Paraíso”. E assinava-se: "José Sanchez del Rio, que morre em defesa da Fé, por amor de Cristo-Rei e da Rainha Nossa Senhora de Guadalupe”.
Seriam 23 horas do dia 10 de Fevereiro de 1928, quando o menino era conduzido ao cemitério. Caminhava cantando o hino: “Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera”. Ao chegar ao cemitério, perguntou onde estava a sua cova e vendo-a, para lá se dirigiu, ajoelhou-se e beijou-a. Em seguida, deu mais uns passos e colocou-se à beira da cova “para impedir” - dizia - “que o seu corpo fosse tocado pelas mãos dos anticristos, mesmo depois de morto”.
Aquelas feras avançaram então, sobre ele o transpassaram a punhaladas. Conspergido em sangue que jorrava de inúmeras feridas, Sanchez não tremia nem chorava. “Para frente”, repetia, “para frente sempre! Mais um pouquinho e estarei com o Cristo. Um tiro de revólver na cabeça, e caiu morto na cova. O sepulcro deste valoroso menino Soldado de Cristo-Rei é, hoje, glorioso.
Quis fazer parte do Exército dos Libertadores, e apresentou-se ao general Mendoza. “Se não souber atirar com o fuzil”, disse-lhe, “poderei, ao menos, prestar algum serviço: cuidar dos cavalos, da cozinha, apanhar água, preparar munições. Deixe-me ser Soldado de Cristo-Rei.”Tantas insistências convenceram o General a aceitar o pedido. Mas a mãe do pequeno, temia pela sorte do filhinho.
Enviado por nosso amigo e leitor MANOEL CARLOS
Fonte: O Desbravador
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