Por Daniel Guedes, do Blog de Jamildo
Com a baixa produção de álcool anidro, 10% dos 1.100 postos de combustível do Estado estão sem combustíveis. Os mais prejudicados são os do interior, mas o problema já afeta algumas unidades da Região Metropolitana do Recife também. A dor de cabeça dos empresários começou na semana passada. A produção de etanol é baixa porque o período da safra acabou de começar.
A produção de álcool anidro interfere diretamente na oferta de gasolina, pois compõe 25% do produto. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Pernambuco (Sindcombustíveis-PE) o interior é a maior vítima porque as distribuidoras não estão operando com carga total. “O transporte chega aqui, passa o dia todinho parado e, quando carrega, carrega pouco, não carrega a quantidade que ele (o posto) quer. Nesse tempo que ele (o caminhão) fica parado aqui e vai levar de volta, falta combustível”, explica o presidente do sindicato, Frederico Aguiar.
Aguiar diz que as últimas segunda e terça-feira foram os dias mais críticos porque as distribuidoras não tinham etanol. Nesta quarta-feira (27), a situação está um pouco melhor. “Eles não tinham nem como racionar. Eles não atenderam diversos pedidos. Com isso houve uma falta. Mas hoje eles já atenderam alguns pedidos”, informou.
O próprio Frederico, que é dono de um posto de gasolina, está sofrendo na pele a falta de combustível. “Eu peço 15 mil litros, chegam 5 mil. Eu comprava gasolina duas vezes por semana. Agora eu peço todo dia. Hoje eu tenho só um dia de estoque”, detalhou.
O Sindcombustíveis acusa as usinas de fazerem racionamento e acha que a situação só irá voltar ao normal no final da primeira quinzena de maio. “Acho que as usinas estão armazenando álcool anidro para que o preço mantenha-se alto. Mas vai chegar um ponto em que elas não vão ter onde armazenar, então vai haver uma queda no preço. Mas nesse início de safra, eles estavam com os tanques secos, eles tão armazenando, armazenando até que eles têm que vender”, diz Frederico.
Mesmo que a situação volte ao normal, Aguiar não acredita que haverá uma queda de preço, pois a baixa produção será substituída pelo valor do frete. “Pro sul acho que o preço baixa, mas para a gente, aqui, acredito que não vai haver uma queda porque vamos compensar com o frete, que fica caro”, ponderou.
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