por Arísia Barros
Mais uma moradora de rua foi assassinada. Quase todos trazem marcados na pele uma história antiga de exclusão social. Quase todos têm a pele preta
Viva o 13 de maio!
Alagoas faz de conta que conta a conta do desenvolvimento humano sustentável e muita, mas muita gente continua a levantar bandeira por 20 contos de réis.
A menina ,de quase 10 anos, coloca batom na boca borrada de infância e sai às ruas oferecendo os seios púberes por míseros um real.
A outra nas esquecidas esquinas da vida inventa um choro descontrolado como artimanha para despertar a piedade alheia.
Quem tem pena de crianças negras soltas ao vento cuspindo as balas do abandono?
As favelas organizadas em terreno minado contam as histórias das desigualdades socioetnica.
Porque pobreza ainda rima com cor de pele? E essa mesma cor desenha a cartografia de Áfricas nas favelas brasileiras?
Viva o 13 de maio?
Os números da desigualdade socioetnica segregam, estigmatizam e separam como códigos de valores distintos internalizados e aceitos pela sociedade, que vive do outro lado da curva do “esquecimento político.
Qual a real possibilidade de suprimir a pobreza ou seria “eliminar” o monte de pobres, como representação de uma grosseira ofensa ao bem estar da elite escravocrata?
Já estamos em guerra civil ou em um estágio avançado do extermínio social e econômico das amplas maioria minorizada.
Negro também é gente diz a professora à turma de meninos e meninas pequenos.
O que é ser gente?
Abolição é palavra decomposta nos livros da escola, tal qual a palavras democracia.
Não nascemos para gaiolas ou correntes, mas para as possibilidades dos caminhos.
O naturalizado extermínio de tantos e muitos jovens negros em idade produtiva é o confronto contemporâneo do bem x mal.
O 13 de maio,ainda nos traz a representação da paz social dos cemitérios.
FONTE: www.cadaminuto.com.br
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