Brasília - Cerca de 300 pessoas assistiram hoje (18), em Lisboa, à cerimônia de deposição das cinzas de José Saramago debaixo de uma oliveira transplantada da sua aldeia natal para a Casa dos Bicos, futura sede da fundação com o nome do escritor.
Exatamente um ano depois da sua morte, em 18 de junho de 2010, e na mesma hora em que morreu (11h30), iniciou-se a cerimônia de homenagem ao Nobel de Literatura português, no Campo das Cebolas, em Lisboa, ao som dos tambores da orquestra de percussão Tocá Rufar.
O professor e cantor lírico Jorge Vaz de Carvalho leu um texto de Saramago sobre Lisboa, intitulado “Palavras para uma Cidade”.
A escritora Lídia Jorge, em tom emocionado, decidiu partilhar com os presentes uma mensagem para Saramago, intitulada “Palavras para Ti”.
“Tu não serás as cinzas que Pilar vai depositar sob a oliveira, serás os milhares de páginas que escreveste. De resto, nós queremos que este momento seja alegre, que sejas seiva desta cidade. Quanto a nós, enquanto formos vivos, recordar-te-emos sempre. Não temos outra eternidade para te dar.”
A viúva do escritor e presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río, levou rosas brancas para a cerimônia, e em seguida, depositou as cinzas do marido nas raízes da oliveira, escolhida pelo presidente da junta da freguesia Azinhaga, Vítor da Guia, por ser aquela onde ele imaginava que pudesse estar o lagarto verde que Saramago descreve no seu livro “As Pequenas Memórias”.
As cinzas foram cobertas por terra pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa. No local, há um banco de mármore, com duas placas de pedra embutidas no chão. Na primeira, do lado esquerdo, está escrito José Saramago 1922-2010. Na outra, a última frase do romance Memorial do Convento, “Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia”.
Fonte: www.agenciabrasil.ebc.com.br - Por Agência Brasil.
ENVIADA POR NOSSA CORRESPONDENTE WALKÍRIA ARAÚJO-DIRETO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE.
Um comentário:
como é triste essa cerimonia. um ateu morre e fica sem enterro. o homem quer ser centro de tudo e morre de novo.
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