quinta-feira, 11 de agosto de 2011

HÁ 366 ANOS OCORRIA A BATALHA DO MONTE DAS TABOCAS EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO


PARTE 4

O TEATRO DE OPERAÇÕES

No final de julho de 1645, quando as tropas pernambucanas, pressionadas pelo avanço do exército inimigo, deixaram o sítio do COVAS e dirigiram-se para o MONTE DAS TABOCAS, estavam prestes a escrever uma página gloriosa da nossa história. Uma página, como tantas outras que viriam a seguir, escrita com sangue – o sangue de heróis, “O RUBRO VEIO” que ficou imortalizado no HINO DE PERNAMBUCO.

O local da contenta, “UM MONTE ALTO E EMPINADO”, no dizer de DIOGO LOPES SANTIAGO, dista do RECIFE cerca de nove léguas em direção ao poente. Regado, por um lado, pelo RIO TAPACURÁ (rio de pouca água no verão), este monte era rodeado por canaviais de canas bravas que, quase sem nenhum préstimo, somente serviam para fazer delas foguetes e outros artifícios de fogo. Bambual cheio de espinhos rijos e agudos, que nasciam e cresciam intricados e embaraçados uns com os outros, formando uma verdadeira paliçada natural, de difícil penetração.

Aos lugares onde as canas bravas cresciam, os moradores, usando palavras emprestadas da língua dos índios, denominavam “TABOCAIS” e a elas “TABOCAS” razão do nome com o qual o monte ficou conhecido.

SANTO ANTÃO
Nas proximidades do monte, existiam duas provas, ainda que incipientes, da presença humana. Uma delas, era uma ermida dedicada a SANTO ANTÃO, que havia sido levantada para proteger os gados e criações, dos ataques das onças e de outros animais daninhos que infestavam a região. A outra, era a chamada “CIDADE DO BRAGA” que, a despeito do nome, nada tinha de citadina a não ser alguma casas de palha que haviam sido construídos por DIOGO DE BRAGA, para servirem de moradia para ele e sua família – e que, assim, acabou emprestando o nome ao lugar.

ANTÔNIO DIAS CARDOSO
A presença das tropas pernambucanas nesse lugar deveu-se a ANTÔNIO DIAS CARDOSO, SARGENTO-MOR do TERÇO da INFANTARIA de PERNAMBUCO, que era um bom conhecedor da região. Tendo recebido ordens de JOÃO FERNANDES VIEIRA para procurar um local onde as forças da restauração pudessem melhor resistir ao ataque iminente das tropas holandesas, ele acabou indicando o referido monte como o melhor sítio que se podia achar por aquelas paragens. 

JOÃO FERNANDES VIEIRA
Foi uma escolha sábia e oportuna. Escolhido o local, ali se acantonou um exército composto por algumas centenas de homens(1.200), mal treinados e mal armados(apenas 200 combatentes possuíam armas de fogo), sob o comando estratégico de JOÃO FERNANDES VIEIRA. Este, certamente por causa de sua pouca experiência militar, deixo toda a preparação das linhas de defesa a cargo do referido ANTÔNIO DIAS CARDOSO- que dividiu o TERÇO em companhias sob o comando de Capitães Veteranos e as distribuiu, na forma de emboscadas, pelas cercanias do monte.

Por sua vez, o Governador JOÃO FERNANDES VIEIRA “Ficou com um grupamento no alto do monte, para dali ir mandando gente de socorro às partes onde houvesse mais necessidade dele”. Vale salientar, que diante, da carência de armas de fogo, os homens deste grupamento-reserva estavam armados apenas com chuços, facões, foices e paus tostados.

CONTINUA...

FONTE: AS INVASÕES HOLANDESAS- A BATALHA DO MONTE DAS TABOCAS
LIVRO DE CLÁUDIO SKORA ROSTY

POSTADO POR JOHNNY RETAMERO

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