Além da goleira Thaís Picarte, outras cinco jogadoras da Seleção vestirão a camisa do Vitória na competição nacional.
Ela chegou em um vôo às 2h no aeroporto Gilberto Freyre, na madrugada da quinta-feira (4) e, horas depois, já estava na praia de Boa Viagem, sob uma temperatura escaldante de quase 35 graus para o primeiro treino físico com o elenco do Tricolor das Tabocas.
O teste de fogo mostrou que a goleira da Seleção Brasileira, de 28 anos, contratada pelo presidente Paulo Roberto, na última terça-feira para disputar a Copa do Brasil pelo Vitória, está com o condicionamento em dia e em plena forma. “Mesmo passando um tempo sem jogar eu não paro. Mantenho a preparação para não perder rendimento, vou à academia, mantenho o ritmo. Quando você é profissional tem que ter essa consciência”, afirmou Thaís Picarte.
Natural de Santo André, cidade do Grande ABC paulista onde moram quase 700 mil habitantes, a loira de olhos azuis, de 1,81m, formada em Educação física e porte imponente, é uma das cinco jogadoras da Seleção Brasileira que o Vitória conseguiu segurar no Brasil para disputar o campeonato nacional.
Há pouco mais de um mês ela estava na Alemanha disputando o Mundial Feminino. Em clubes, começou a carreira pelo São Paulo em 1997, depois Palmeiras/São Bernardo e Flamengo. No exterior, atuou por mais de cinco anos, jogou em equipes como a Lazio na Itália, Levante e Huelva, na Espanha, onde foi ovacionada pela torcida em sua primeira partida.
Depois, virou uma referência na cidade e ocupou todos os espaços possíveis na mídia. “Essa história é engraçada”, conta. “Fui contratada para duas partidas e fiquei mais de três anos. O time do Huelva estava numa situação difícil, na zona de rebaixamento, tínhamos duas rodadas para o fim do campeonato. Entramos em campo contra o Torrejón, time de muita tradição, ganhava tudo por lá. Nossa atacante fez um gol nos primeiros 15 minutos; depois disso, foi um bombardeio no nosso gol até o final da partida, fiz defesas importantes e conseguir segurar a vitória. A mídia passou a me respeitar muito, era convidada a dar entrevistas aos jornais, as TV’s, era reconhecida e parada pelos torcedores na rua”, completa.
Os ventos trouxeram esta experiente goleira à Vitória de Santo Antão como resultado de uma combinação de fatores não muito comuns, principalmente no futebol feminino. Thaís Picarte, assim como todas as outras da Seleção, desembarcam no Vitória como parte de um projeto ousado, que visa abrir espaço e profissionalizar a modalidade.
O investimento em atletas de alto rendimento irá fortalecer o futebol feminino no país e permitir uma copa do Brasil mais atrativa. “Impressiona-me o respeito e a admiração que o presidente tem pelo futebol feminino, joguei em vários clubes que tem filial feminina, mas aqui fiquei impressionada com a visão, com as possibilidades que estão sendo criadas. Gosto de trabalhar com pessoas que apostam no crescimento do futebol feminino no país e encontrei isso aqui”.
Na conversa não faltou alusão à estrela rosa que o clube adotou oficialmente em sua camisa, representando as conquistas dos títulos estaduais do futebol feminino. O Vitória (PE) é o primeiro clube no Brasil a tomar a iniciativa, a reconhecer. Sobre o grupo e a disputa da competição nacional que começa no próximo dia 18, Thaís é taxativa. “Temos um grupo qualificado e estão chegando outras meninas, acredito nas pessoas que estão desenvolvendo este projeto. O nosso objetivo é o título nacional, é pra isso que estamos aqui", declara.
Considerada uma das quatro equipes com possibilidades de conquistar o título nacional, o Vitória deve receber no inicio de semana algumas jogadoras que atuam no futebol dos Estados Unidos.
Texo e fotos:Luciano S. Abreu - assessor de Imprensa:
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