Do O Globo
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BRASÍLIA
— Em meio a tantos produtos brasileiros exportados para a China, surgiu,
recentemente, um novo objeto do desejo: o popular jegue nordestino. Há cerca de
um mês, um acordo entre os dois países liberou o intercâmbio de asnos — também
conhecidos como burros e jumentos, largamente utilizados na indústria de
alimentos e na de cosméticos no país asiático.
Os
chineses pretendem importar 300 mil jumentos por ano do Nordeste. Além de
movimentar a economia local, a iniciativa vai resolver o problema de excesso de
oferta de jegues na região. Com as facilidades de financiamento, houve grande
crescimento do uso de motos para transporte e os jegues estão perdendo espaço.
Em
junho do ano passado, um grupo de empresários chineses conversou, da Bahia ao
Rio Grande do Norte, com fazendeiros e políticos. Aos políticos locais, o grupo
propôs um programa de garantia de compra a preços de mercado, envolvendo até
linhas de crédito, por meio de um sistema batizado de Projegue. Mas o projeto
ainda não deslanchou.
A
China abate 1,5 milhão de burros ao ano, criados no país, na Índia e na Zâmbia.
O processo envolve tecnologia de ponta, com melhoria genética, cuidados na
produção de alimentos específicos e assistência técnica.
—
O asno hoje só serve para causar acidentes na estrada — diz o
secretário-adjunto de Agricultura do Rio Grande do Norte, José Simplício
Holanda.
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