Da AFP
imagem: ne10.uol.com.br |
Dois novos genes, que aumentam o risco de desenvolver obesidade na
infância, foram identificados por um consórcio internacional de geneticistas.
Estudos precedentes identificaram mutações genéticas que contribuem para
a obesidade do adulto ou obesidades presentes em síndromes raras, mas se sabe
muito pouco sobre os genes implicados na obesidade corrente da criança, afirmam
os cientistas, cujos trabalhos foram publicados neste domingo na edição digital
da revista americana especializada Nature Genetics.
Para certificar sua análise, os autores cruzaram os resultados de 14
estudos de associação pangenômica (que cobre o conjunto do genoma) realizados em
Estados Unidos, Canadá, Austrália e Europa, sobre uma amostra de 5.530 crianças
obesas e 8.300 não obesas (como grupo testemunha), todos eles de ascendência
europeia.
Os cientistas do consórcio EGG (Early Growth Genetics) citaram os genes
OLFM4, situado no cromossomo 13, e HOXB5, no cromossomo 17, que até agora não
tinham sido implicados na obesidade.
Segundo os dados da literatura científica, estes genes atuam nos
intestinos. As observações determinaram um vínculo entre o gene OLFM4 e a flora
microbiana intestinal que estaria envolvida no aumento de peso e na obesidade.
A associação pangenômica pretende sistematizar o genoma para buscar a
quase totalidade das variações genéticas mais frequentes em um grupo de
indivíduos. As variações de predisposição podem ser identificadas porque são
mais frequentes no grupo composto por pacientes que no grupo testemunha,
composto por pessoas não afetadas.
Resta muito trabalho adiante, mas esses resultados poderão ajudar a
conceber prevenções (alimentação, atividade física) e tratamentos para as
crianças, baseando-se no genoma individual, afirma um dos principais autores,
Struan Grant (Center for Applied Genomics du Children's Hospital of
Philadelphia, Pensilvânia, EUA).
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