O
Globo por Susana Schild
Se filmes
sobre o cangaço geraram o nordestern brasileiro, “Xingu” aproxima-se do western
americano, onde brancos aventureiros se embrenhavam por cenários inóspitos na
conquista de novas terras. Para os cowboys de priscas eras, os peles-vermelhas
eram inimigos a serem dizimados — e quanto maior o número de baixas, melhor
(para o cowboy).
É nesse ponto crucial — na relação com os índios — que “Xingu” oferece uma guinada espetacular e emocionante. Os mocinhos da história, os irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas, também enveredaram pelo Centro-Oeste mas, ao contrário dos similares americanos, lutaram, não com revólver, mas com poder de persuasão e articulação política, pela preservação física e cultural de várias nações indígenas.
Paulistas e brancos, os VillasBôas deixaram seus empregos em São Paulo nos anos 40 para integrarem a Expedição Roncador-Xingu, com a missão de desbravar o Brasil central. As filmagens em locações, em cidades de Tocantins e no Parque Xingu, a fotografia espetacular de Adriano Goldman, valorizando a exuberância da paisagem, a força da “atuação” dos figurantes, índios não atores de sete etnias, contribuem para a autenticidade da produção.
Video You Tube
Com direção de Cao Hamburger (“O ano em que meus pais saíram de férias”, “Castelo Rá-Tim-Bum” e da minissérie “Filhos de carnaval”) e produção de Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”), “Xingu” aposta nos elementos de um épico para narrar a saga pioneira de uma família que cravou o nome na história da proteção ao índio brasileiro, sacramentada com a fundação do Parque Nacional do Xingu em 1951, um território do tamanho da Bélgica.
imagem: scienceblogs.com.br |
É nesse ponto crucial — na relação com os índios — que “Xingu” oferece uma guinada espetacular e emocionante. Os mocinhos da história, os irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas, também enveredaram pelo Centro-Oeste mas, ao contrário dos similares americanos, lutaram, não com revólver, mas com poder de persuasão e articulação política, pela preservação física e cultural de várias nações indígenas.
Paulistas e brancos, os VillasBôas deixaram seus empregos em São Paulo nos anos 40 para integrarem a Expedição Roncador-Xingu, com a missão de desbravar o Brasil central. As filmagens em locações, em cidades de Tocantins e no Parque Xingu, a fotografia espetacular de Adriano Goldman, valorizando a exuberância da paisagem, a força da “atuação” dos figurantes, índios não atores de sete etnias, contribuem para a autenticidade da produção.
Video You Tube
Com direção de Cao Hamburger (“O ano em que meus pais saíram de férias”, “Castelo Rá-Tim-Bum” e da minissérie “Filhos de carnaval”) e produção de Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”), “Xingu” aposta nos elementos de um épico para narrar a saga pioneira de uma família que cravou o nome na história da proteção ao índio brasileiro, sacramentada com a fundação do Parque Nacional do Xingu em 1951, um território do tamanho da Bélgica.
Diferente
do tom pessimista (e realista) de filmes como “Iracema, uma transa amazônica”
(Orlando Senna, 1974), “Avaeté — Semente da violência” (Zelito Vianna, 1985) e
“Serras da desordem” (Andrea Tonacci, 1985), “Xingu” investe no tom épico de
uma trajetória de aventuras e idealismo. João Miguel, como Cláudio, confirma
ser um dos maiores atores do país, enquanto Felipe Camargo, como Orlando, tem
sua melhor atuação em cinema, e Caio Blat imprime intensidade ao caçula
Leonardo. Já questões políticas são apenas apontadas, e coadjuvantes como Maria
Flor têm presença pálida em uma história de pioneirismo cujos desdobramentos
continuam até hoje e sob vários tipos de ameaça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário