Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisa
divulgada hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mostra que não há rampas de acessibilidade nas proximidades de 95,3% dos
domicílios urbanos no país. Esse é o item de circulação menos presente em torno
das casas. Por outro lado, a iluminação chega a 96,3%, e ruas estão
pavimentadas em 81,7% dos domicílios no país.
Com base no Censo 2010, o IBGE
estudou as condições de infraestrutura nas proximidades de 96,9% dos domicílios
brasileiros, onde vivem 84,4% da população. Embora os percentuais da presença
de rampas para deficientes seja baixo em todas as regiões, Centro-Oeste e Sul
têm o índice mais elevados, ao atender 7,8% dos domicílios. No Norte e no
Nordeste, há rampas ao redor de apenas 1,6% das casas e no Sudeste, em 5%.
O levantamento mostrou ainda que
entre as condições não desejáveis há esgoto a céu aberto nas redondezas de 11%
das moradias e depósitos de lixo nas proximidades de 5%. Por fim, confirma que
quanto maior a renda do morador, melhores são as condições em torno do
domicílio.
A pesquisa comprova também uma
relação entre as coletas de lixo e de esgoto e condições de infraestrutura. Os
logradouros atendidos diariamente pelo serviço de limpeza estão mais bem
identificados e entre aqueles com as maiores taxas de pavimentação, meio-fio,
calçadas e bueiros. Mas mesmo naqueles sem coleta de lixo, há boa iluminação
pública.
As diferenças regionais também
persistem em termos de infraestrutura das cidades, constatou o IBGE. Enquanto a
Região Sudeste oferece condições mais desejáveis de vida – tendo 80% dos
domicílios com ruas pavimentadas, meio-fio e calçadas –, a Região Norte, com
exceção de iluminação pública, tem os piores indicadores. A maioria dos itens
não alcançava 62% dos domicílios.
No Norte, 32,2% dos domicílios
ainda convivem com esgoto a céu a aberto e 7,8% das casas não têm coleta de
lixo. No Nordeste, o percentual chega a 6,5% de residências sem coleta de lixo
e 26,3% sem conexão com a rede de esgoto. Já no Sudeste, os percentuais são
4,2% e 4,5%.
Entre os 15 municípios com mais
de 1 milhão de habitantes, as condições de circulação da população são melhores
em Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG). No extremo, em condições menos
desejáveis está Belém (PA). A cidade tem mais alta taxa de esgoto a céu aberto:
44,5% dos domicílios. Em São Luís (MA), 33,9% das casas também convivem com o problema.
Edição: Talita Cavalcante
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