Do G1 PE
imagem: udop.com.br |
O preço do
açúcar e do álcool poderá subir por causa da seca que atinge Pernambuco este
ano, de acordo com informações da Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP). A
estiagem vem causando problemas não só no Sertão, região mais atingida, mas
também no litoral, Zona da Mata e Agreste. Segundo a AFCP, a previsão inicial é
de que a safra seja até 20% menor do que a do ano passado, o que pode aumentar
os preços.
“Acredito
que isso pode refletir no preço para o consumidor, apesar de que esse déficit
deve ser substituído pelos estados vizinhos e até pelo Sudeste. Mas o impacto
na economia local é bastante grande. Para ter ideia, se a redução for de apenas
dos 20% previsto, nós teremos impacto na ordem de meio bilhão de reais na
economia do estado”, falou Paulo Guedes, vice-presidente da AFCP.
“A reunião
com o IPA é para dar essas informações do que vai acontecer nos 90 dias, para
tomar algumas providências e conversar com o governo do estado e federal. Nós
não aguentamos mais, saímos de uma seca parecida com essa há dois anos. Mais
uma, pode ser a expulsão de grandes produtores”, informou Guedes.
A meteorologista do IPA, Francis Lacerda,
adiantou que as previsões não são nem um pouco favoráveis. “Na realidade,
previsão no próximo trimestre, principalmente no Agreste, litoral e Zona da
Mata, que é onde ainda chove, é de que as chuvas sejam abaixo do padrão normal.
O percentual de redução ainda há de ser definido. No Sertão, a probabilidade de
chover é muito pequena. Pode ter uma garoa, mas nada significativo, que reduza
o déficit. A previsão não é animadora”, comenta. Um dos motivos atribuídos aos
baixos índices de precipitação é o resfriamento do Oceano Atlântico, o que
impede a evaporação e formação de nuvens.
A chuva que atingiu a Região Metropolitana do
Recife no final de semana não é sinal de melhora da situação do estado. “Essas
chuvas são poucas. Está parecido com comportamento de final de inverno, no mês
de agosto e setembro. É uma chuva fina, que chamamos de 'estratiformes' que não
serve para acumular água no solo ou reservatórios”, explica Lacerda. O governador
Eduardo Campos decretou situação de emergência nos 56 municípios do Sertão
pernambucano.
Dentre as
medidas tomada pelo governo para combater a seca, estão a liberação de crédito,
o investimento para construção de poços e cisternas e a contratação de
carros-pipas. Segundo Paulo Guedes, vice-presidente da AFCP, as atitudes não
devem alterar o quadro preocupante do setor no estado. “Para nosso setor, essa
solução não tem sentido prático. Estamos a 90 dias da safra, e a única coisa
que podia ajudar é a chuva. Não há mais tempo hábil para fazer isso. Para essa
safra, somente chuva”, concluiu.
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