domingo, 20 de maio de 2012

PREÇO DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL PODE AUMENTAR DEVIDO À SECA EM PE

Do G1 PE
imagem: udop.com.br


O preço do açúcar e do álcool poderá subir por causa da seca que atinge Pernambuco este ano, de acordo com informações da Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP). A estiagem vem causando problemas não só no Sertão, região mais atingida, mas também no litoral, Zona da Mata e Agreste. Segundo a AFCP, a previsão inicial é de que a safra seja até 20% menor do que a do ano passado, o que pode aumentar os preços.

“Acredito que isso pode refletir no preço para o consumidor, apesar de que esse déficit deve ser substituído pelos estados vizinhos e até pelo Sudeste. Mas o impacto na economia local é bastante grande. Para ter ideia, se a redução for de apenas dos 20% previsto, nós teremos impacto na ordem de meio bilhão de reais na economia do estado”, falou Paulo Guedes, vice-presidente da AFCP.

“A reunião com o IPA é para dar essas informações do que vai acontecer nos 90 dias, para tomar algumas providências e conversar com o governo do estado e federal. Nós não aguentamos mais, saímos de uma seca parecida com essa há dois anos. Mais uma, pode ser a expulsão de grandes produtores”, informou Guedes.


 A meteorologista do IPA, Francis Lacerda, adiantou que as previsões não são nem um pouco favoráveis. “Na realidade, previsão no próximo trimestre, principalmente no Agreste, litoral e Zona da Mata, que é onde ainda chove, é de que as chuvas sejam abaixo do padrão normal. O percentual de redução ainda há de ser definido. No Sertão, a probabilidade de chover é muito pequena. Pode ter uma garoa, mas nada significativo, que reduza o déficit. A previsão não é animadora”, comenta. Um dos motivos atribuídos aos baixos índices de precipitação é o resfriamento do Oceano Atlântico, o que impede a evaporação e formação de nuvens.

 A chuva que atingiu a Região Metropolitana do Recife no final de semana não é sinal de melhora da situação do estado. “Essas chuvas são poucas. Está parecido com comportamento de final de inverno, no mês de agosto e setembro. É uma chuva fina, que chamamos de 'estratiformes' que não serve para acumular água no solo ou reservatórios”, explica Lacerda. O governador Eduardo Campos decretou situação de emergência nos 56 municípios do Sertão pernambucano.

Dentre as medidas tomada pelo governo para combater a seca, estão a liberação de crédito, o investimento para construção de poços e cisternas e a contratação de carros-pipas. Segundo Paulo Guedes, vice-presidente da AFCP, as atitudes não devem alterar o quadro preocupante do setor no estado. “Para nosso setor, essa solução não tem sentido prático. Estamos a 90 dias da safra, e a única coisa que podia ajudar é a chuva. Não há mais tempo hábil para fazer isso. Para essa safra, somente chuva”, concluiu.

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