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Navio Rainbow Warrior tem capacidade para até 32 pessoas
dormirem - há 16 tripulantes fixos
(Foto: Katherine Coutinho/G1 PE)
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Do G1 PE
Em tempos onde a sustentabilidade
vem sendo cada vez mais discutida, o Greenpeace vem se unir ao debate no
Recife. A vinda do navio Rainbow Warrior ao Brasil marca os 20 anos da
organização no país. A embarcação chegou à capital pernambucana nesta
sexta-feira (1º) e fica atracada entre os armazéns 7 e 8 do Porto do Recife,
com visitação gratuita e aberta ao público no sábado (2) e domingo (3).
O navio é a terceira geração do
Rainbow Warrior - outros dois já receberam esse nome. O comandante, Joel
Stuart, esteve também no Rainbow Warrior II, que foi doado para uma organização
não-governamental e funciona atualmente como um navio-hospital em Bangladesh,
na Índia. No Greenpeace desde 1989, o comandante largou a marinha comercial
para ser voluntário. "Quando eu vi o que o derramamento de petróleo fez à
paisgem do Alasca, resolvi que precisava mesmo fazer algo", lembra Joel.
De lá para cá, foram dezenas de
embarcações, mas nenhuma delas como o Rainbow Warrior 3. "Esse é o
primeiro navio que foi projetado especificamente para o Greenpeace e para
campanhas. O design dele é próprio para minimizar a emissão de carbono",
conta o comandante. O navio pode ser movido apenas por velas, quando o vento é
favoravel, ou por um sistema híbrido, que usa, do motor, apenas o necessário.
Com 16 tripulantes fixos, o
Rainbow Warrior tem capacidade para até 32 pessoas dormirem. Pensada para ser
sustentável, a embarcação conta com tratamento biológico de água e esgoto,
central de armazenamento de combustível e de óleos para evitar derramamento,
além de reutilizar o calor do motor e dos geradores para aquecer a água e as
cabines da tripulação. "O mastro tem 55 metros de altura e é em formato de
'A'. São poucos os navios do mundo que tem. Além disso, temos um heliponto,
algo que é essencial nas nossas ações", explica Mario Kabilio.
Único brasileiro da tripulação do
navio, Mario se formou em administração em São Paulo, mas largou tudo para
navegar com o Greenpeace. "Era um sonho meu, viajar o mundo navegando.
Trabalhar como marinheiro aqui uniu duas coisas que eu queria. Essa luta pelo
meio ambiente casou com meu sonho", conta Mario, que há seis anos navega
com a organização.
A chegada da embarcação ao Recife
estava prevista para a semana anterior, mas a tripulação se engajou em uma
causa ambiental a caminho da cidade e adiou a chegada – na baía de São Marcos,
em São Luis, capital do Maranhão, o Rainbow cruzou com outro navio prestes a
embarcar ferro-gusa produzido com desmatamento da Amazônia, de acordo com o
Greenpeace. "Eu me sinto orgulhoso de estar fazendo esse trabalho. Quando
as pessoas vierem visitar, mais do que contar o que estamos fazendo, vamos
discutir o que elas podem fazer também", adianta o comandante.
Visando as missões, o navio conta
também com embarcações menores que podem ser lançadas ao mar facilmente.
"As velas também podem ser recolhidas ou abertas rapidamente. Todos os
sistemas são pensados para facilitar o nosso trabalho", explica o
comandante.
O público vai poder subir a bordo
do navio de 10h às 17h e conhecer as instalações, conversar com os tripulantes
e o capitão. O recomendado é usar roupas leves e deixar o salto alto em casa.
Além de poder visitar o navio gratuitamente, os visitantes vão ter sete
estandes do Greenpeace, com recreação para as crianças, exposições com a história
da organização, além de uma oficina de cozinha solar.
Missão no Recife
Mais do que conversar com o
público, o Greenpeace chegou ao Recife com a missão de discutir energias
renováveis. "Estamos lançando hoje uma carta, chamada 'Carta do Recife',
além de um estudo que fizemos sobre energia renovável no país, 'Horizonte
Renovável'", explica o coordenador da campanha de clima e energia do
Greenpeace, Ricardo Baitelo.
Entre os pontos levantados pelo
Greenpeace está o potencial de cada região do Brasil em energia renovável.
Pernambuco é apontado como forte no ramo da energia eólica, devido à fábrica
instalada na região, mas Ricardo comenta que o estado poderia investir mais em
energia solar. "O Nordeste tem um potencial enorme, devido à exposição
solar. Se pusermos placas solares em 2% dos regiões urbanizadas do país,
teremos energia suficiente para todo o Brasil", aponta Ricardo.
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