Da
AFP - Agence France-Presse
Bento
XVI visitou neste sábado (9) a Praça de Espanha, no centro de Roma, em ocasião
da festa da Imaculada Conceição, como faz todos os anos, e denunciou "a
agitação frenética" da sociedade contemporânea.
O
Papa de 85 anos, que chegou no início da noite em um "papamóvel" novo
que havia ganho de presente da Daimler-Benz, foi aclamado por centenas de
fiéis, reunidos na praça e nas ruas próximas.
Ao
pé da coluna erguida na Praça de Espanha em memória à Virgem Maria, o sumo
pontífice depositou uma grande coroa de rosas brancas.
Comparando
os "vazios" do homem moderno com "infernos onde a vida humana é
arrastada para baixo e para o nada, onde perde seu sentido e sua luz",
afirmou que "os falsos remédios que o mundo propõe para preencher esses
vazios -as drogas, sobretudo- na realidade aumentam o abismo".
Bento
XVI citou a passagem do Evangelho sobre a Anunciação, em que o anjo Gabriel
anuncia a Maria a sua maternidade divina. Um acontecimento deste tipo,
comentou, "se ocorresse em nossa época, não deixaria rastro nos jornais ou
nas revistas, porque é um mistério que se desenvolve em silêncio".
"O
que é grande de verdade passa despercebido, e o silêncio tranquilo é mais
fecundo do que a agitação frenética que caracteriza nossas cidades",
explicou.
"A
salvação do mundo não é a missão do homem, da ciência, da técnica ou da
ideologia", insistiu o Papa, que denunciou a tentação de impor uma
concepção cientificista da existência como verdade única, que para ele é a
principal razão da crise da fé.
Alguns
pensam que o cristianismo é "um obstáculo para a felicidade; vem em um
conjunto de proibições e de normas", disse.
Mas
se o cristianismo contém "renúncias e uma disciplina de espírito, de
coração e de comportamento", explicou, "é exatamente porque no homem
está a raiz venenosa do egoísmo, que prejudica ele mesmo e os outros".
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