quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Eduardo quer prefeitos afinados com o Estado

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Ciente de que os resultados de seus dois últimos anos de governo serão estratégicos para suas pretensões nacionais, o governador Eduardo Campos (PSB) trabalha para evitar o surgimento de novas agendas negativas no campo administrativo daqui para frente. 


E uma das preocupações do socialista é com o andamento das novas gestões municipais. Ele quer que os prefeitos cumpram a “tarefa de casa” de forma exemplar, ao menos no próximo biênio, para que o impacto e a repercussão das ações do Executivo estadual sejam potencializados ao máximo.


O secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, recebeu a incumbência de organizar um encontro com os 184 prefeitos eleitos de todo o Estado a fim de repassar a “mensagem”. A reunião, marcada para os dias 21 e 22 de fevereiro, servirá para que o governo exponha o planejamento de suas ações e, ao mesmo tempo, mostre como os prefeitos não só podem, como têm a obrigação de “colaborar”.

“Queremos que haja uma sinergia entre as políticas do Estado e dos municípios. Até mesmo as tarefas que, tradicionalmente, são de responsabilidade do Estado dependem também das políticas municipais”, explicou o chefe da Casa Civil. Ele cita o caso da Segurança Pública que, constitucionalmente, é de responsabilidade do Executivo estadual, mas está relacionada diretamente com pequenas intervenções das prefeituras, a exemplo do cuidado com a iluminação.

O governo também cobra que os municípios façam sua parte nas políticas de ressocialização de menores infratores. A área se transformou num dos principais calos da segunda gestão de Eduardo Campos, após as sucessivas rebeliões nas sedes da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Ontem mesmo aconteceu uma reunião entre representantes do governo do Estado, Ministério Público e Tribunal de Justiça para debater uma fiscalização mais incisiva dos procuradores sobre intervenções das prefeituras nesse setor.

A reunião com os gestores municipais também discutirá ações nas áreas de Educação e Saúde. A ideia é deixar claro qual é a responsabilidade das gestões municipais em cada uma dessas áreas. O governador quer evitar que possíveis deficiências nas gestões tragam reflexos negativos ao seu governo. “Temos que colocar a responsabilidade no colo de cada uma das partes. Isso não quer dizer que a falta de colaboração dos municípios é generalizada. Há municípios que colaboram”, disse Tadeu, que também procurou afastar a conotação política da iniciativa. “Quando se faz um bom governo, a política está feita”, resumiu.
Jornal do Commercio

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