Foto: Aguinaldo Lima |
Fósseis pré-históricos foram
encontrados na zona rural do município de Pesqueira, no agreste pernambucano.
A
descoberta foi feita por um grupo de agricultores que trabalhavam na escavação
para a construção de uma barragem em uma propriedade privada no sítio Mutuca,
há aproximadamente 15 quilômetros da área urbana da cidade.
As escavações para
o reservatório começaram há mais de um mês, mas foi há quatro dias que os
fósseis foram encontrados e, nesta terça-feira (08), a reportagem da Folha de
Pernambuco foi até o local com exclusividade.
“Estávamos trabalhando há dias no
lugar. Na última sexta-feira, quando a máquina puxou a terra veio um monte de
ossos grandes. Eu e meus companheiros começamos a catar. Eram muitas, mais de
50 peças e estavam todas juntas”, contou o agricultor, Dogival Luiz dos Santos,
de 35 anos.
A novidade causou euforia no
povoado que se dividia entre curiosidade e ceticismo. “Trouxe para casa algumas
peças para poder provar para a mulher e as crianças, que não acreditavam que
tínhamos achado ossos de dinossauro, porque de baleia não é. Quem já viu baleia
no Sertão?”, brincou o agricultor Everaldo Cornélio da Silva, 38.
O departamento de Paleontologia da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no entanto, explicou as
possibilidades da espécie cuja ossada foi encontrada. “Nos baseando na
descrição da estrutura encontrada, podemos afirmar prematuramente que pode se
tratar de um megassauro, um tipo de mamífero que viveu nessa região há
aproximadamente 50 mil anos. Eles mediam até seis metros de altura e se
alimentavam de vegetação”, relatou a doutoranda em Geociência pelo Laboratório
de Paleontologia da UFPE, Fabiana Marinho.
A acadêmica enfatizou ainda que
os megassauros não podem ser considerados dinossauros porque se diferem tanto
no período em que viveram, quanto na classe, já que são mamíferos e répteis,
respectivamente. “Os megassauros são de um período mais recente e chegaram, em
algum momento, a conviver com os humanos”, explicou Fabiana.
As escavações foram interrompidas
e os agricultores esperam os paleontólogos para verificar os ossos. “Nos
próximos dias devemos visitar a região para fazer estudo dos fósseis, coletar o
material para fazer a datação e diagnosticar a espécie”, emendou. Segundo os
produtores rurais, grande parte da ossada continua intacta e enterrada. Esse
pode ser o segundo registro de megassauros feito na cidade de Pesqueira, o
primeiro ocorreu no ano de 1938 no Sítio Lage Grande.
Folha de Pernambuco
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