Brasília – A Comissão Nacional da
Verdade (CNV) deve investigar a morte do presidente João Goulart, o Jango. A
família do presidente fez um pedido formal à CNV para esclarecer a morte de
Jango.
O documento foi entregue hoje (18) pelo diretor do Instituto João
Goulart e filho de Jango, João Vicente Goulart. A família acredita que foi
assassinado pela ditadura militar.
Em 6 de dezembro de 1976, Jango
morreu na cidade argentina de Mercedes, onde também viveu durante o exílio. A
certidão de óbito diz que o presidente foi vítima de um ataque cardíaco. A
família, no entanto, suspeita das circunstâncias da morte de Jango, pelo fato
de que o presidente estava se organizando para voltar ao Brasil com o intuito
de atuar contra o regime militar.
Para a família, Jango foi vítima
de envenenamento, como parte da Operação Condor, ação coordenada entre os
regimes militares de países sul-americanos contra seus opositores. Os parentes
defendem que seja feita uma autópsia, o que não foi permitido na ocasião da
morte de João Goulart, que estava exilado na Argentina. Deposto pelo golpe
militar em 1964, Jango exilou-se com a família no Uruguai e, depois, na
Argentina. Mesmo depois de retirado da Presidência da República, continuou
sendo alvo do regime militar.
No requerimento apresentado à
Comissão Nacional da Verdade, o Instituto João Goulart pede que seja feita
coleta de testemunhos e documentos, além de consultas oficiais a autoridades
dos Estados Unidos, do Paraguai, Chile, Uruguai e da Argentina.
Integrante da CNV, Rosa Cardoso
disse que com os documentos apresentados há “um conjunto de indícios muito
concludente" e que apontam que Jango pode ter sido vítima "da
operação repressiva, dessa repressão terrível que se impôs aos exilados".
O pedido foi apresentado durante
uma audiência pública realizada pela CNV, em parceria com a Comissão Estadual
da Verdade de Porto Alegre, para ouvir relatos de 13 militantes de diversos
grupos de resistência ao regime ditatorial sobre violências sofridas durante o
período (1964 a 1985).
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário