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O Hospital Santa Catarina, na zona Norte de
Natal, está superlotado. Na unidade, que é referência para grávidas de alto
risco no Rio Grande do Norte, faltam macas, profissionais e até aparelhos de ar
condicionado, o que aumenta o desconforto das pacientes. Um bebê,
recém-nascido, sofre constantes convulsões. E pelos corredores, grávidas dormem
no chão, espalhadas pelos corredores e são abanadas para amenizar o calor.
Um dos problemas encontrados na maternidade é
o calor. O aparelho de ar condicionado está quebrado há bastante tempo. “Tem
seis meses que o ar não funciona. Com essa superlotação, os municípios não
cumprem com sua missão. A gente não consegue mais. É impossível você trabalhar
em condições normais. Nós estamos adoecendo. Hoje, que se fala de parto
humanizado e humanização do atendimento, a gente vê essas condições. Isso aqui
é guerra. É guerra pura”, diz a obstetra Conceição Pinheiro.
Uma das médicas ouvidas pela reportagem
afirma que uma criança tem seguidas convulsões desde o domingo. No entanto, ela
não consegue a transferência para nenhuma UTI. “Ele está em uma situação
gravíssima. Imagine como é para nós, profissionais pediatras, nos depararmos
com numa situação dessa, ficarmos de mãos atadas e incapacitados, sem ter o que
fazer. Antes mesmo dela convulsionar, nós tentamos a vaga, pensando na
possibilidade de que ela poderia vir a convulsionar, por que ela nasceu com
anoxia grave, quando o bebê nasce sem respirar. Ela nasceu às 12h20 e à tarde
começou a convulsionar”, relata a enfermeira.
O secretário de Saúde do Rio Grande do Norte,
Luiz Roberto Fonseca, afirmou que reconhece os problemas e que o Estado tentará
procurar soluções para as questões. No entanto, ele ainda aponta que os
municípios também devem atender ao dever de atender as gestantes.
“Nós temos ciência, inclusive em função dessa
percepção. Nós temos conversado com alguns colegas a respeito da superlotação
da obstetrícia, da própria clínica médica, da clínica pediátrica e conversando
com esses colegas e com a própria direção. Nós sabemos que a situação do
Hospital Santa Catarina é de superlotação. Não é diferente da situação que a
gente enfrenta em todos os outros hospitais, mas ela tencionou no Santa nesse
final de semana e nós vamos avaliar essa situação localmente”, disse.
No hospital, também não há macas para as
grávidas. Maria Luisa Guedes passou a noite do domingo e amanheceu nesta
segunda no chão. “Estou desde ontem à noite deitada ou sentada no chão. Não
tinha mais maca para me botarem deitada”, afirmou a paciente.
Andrea da Silva deu a luz ao seu filho, mas
até agora a criança não recebeu o banho. “A pessoa precisa deles e nenhum
aparece para dar banho no menino. Posso fazer o que?”, reclamou. “Aqui não está
tendo água. É um calor infernal. Nem tem aleitamento para a gente, nem maca.
Aqui não tem nada. Calamidade total”, acrescentou a gestante Arilda Costa da
Silva.
Algumas salas que foram inauguradas para
funcionar como sala de parto não estão abrigando as mães que já tiveram seus
filhos.
“Nós não temos condições de prestar um
assistência com cinco técnicos de enfermagem e uma enfermeira sozinha no setor.
Então, é impossível uma situação dessa. A gente faz o que pode. Mas, com
certeza, vai deixar muita coisa a desejar, porque não tem condições de a gente
dar uma assistência desse jeito”, argumentou Maria da Conceição Lemos,
enfermeira do hospital.
Um comentário:
isso e um absurdo com a saúde pública pq pagamos nossos impostos e o que vemos é isso. Aconteceu no RN mas aqui tem hospitais nas mesmas condiçoes so que o governo nao divulga é o caso do hospital das clinicas. Marlene
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