Do G1
Vale do Paraíba
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Após lutar os seus quase três anos de vida
contra um câncer raro, a história da pequena Manu vem causando comoção nas
redes sociais. Em março, ela completou sete meses sem a necessidade de realizar
sessões de quimioterapia e comemorou a evolução no tratamento com uma foto
agradecendo ao hospital onde ela realizou o tratamento, em São José dos Campos,
no interior de São Paulo.
Em pouco mais de uma semana, mais de 100 mil
pessoas curtiram a imagem em uma comunidade voltada ao combate do câncer.
Somente na primeira publicação da foto foram cerca de 92.500 'curtidas'. Na
foto, a menina segura um cartaz com a frase: "Estou a (sic) 7 meses sem
quimioterapia!!! Agradeço a Deus e ao GACC - São José dos Campos".
A ideia de colocar a foto na internet foi de
Erick Moura, pai de Manu. Além de comemorar a evolução do tratamento da filha
contra a Histiocitose de Células de Langerhans, o objetivo, segundo ele, é
também ajudar o Grupo de Assistência a Criança com Câncer (Gacc), onde ela
realizou o tratamento e que passa por uma crise financeira.
"A gente sabe da dificuldade para se
manter um hospital daquele porte. Não é fácil. Aí tivemos a ideia de comemorar
os 7 meses sem quimioterapia da Manu, mas também jogar uma sementinha para que
as pessoas se sensibilizem pelo o que o Gacc está passando. Minha filha está em
fase final de tratamento, mas tem muito mais gente que precisa de ajuda",
afirmou ao G1.
O Gacc é o único hospital do Vale do Paraíba
especializado em tratamento para crianças com câncer e tem uma dívida estimada
de aproximadamente R$ 800 mil. Segundo a unidade, o número de pacientes
atendidos cresceu no ano passado em uma proporção muito maior que a capacidade
de captação de recursos. O resultado é uma dívida que não para de crescer e que
já coloca em risco o funcionamento do hospital.
"A gente fica chateado por essa crise
porque a gente sabe o tanto que eles fazem. Não só por nossa filha, mas para
muitas crianças. Eles fazem tudo pensando no tratamento. Sempre fizeram o
melhor pela minha filha. É um trabalho muito bonito, humano. Não só paciente,
mas família também. Eles fazem muita coisa mesmo, pensando principalmente no
bem-estar", disse Moura.
Tratamento
Emanuela Kobanawa tem 2 anos e 9 meses, mas
luta contra a Histiocitose de Células de Langerhans desde os três meses de
vida. A doença é caracterizada pela proliferação e acúmulo de células
Langerhans, um tipo de célula de defesa jovem, em vários tecidos. Na maioria
dos casos, a apresentação da doença acontece na infância.
Por conta da doença da filha, a família que
morava no interior de Goiás teve que mudar toda sua rotina. Antes de chegar ao
Gacc, a criança iniciou o tratamento no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, onde
ficou internada durante dois meses. No começo do tratamento da doença no Gacc,
ela teve a primeira complicação por conta das sessões de quimioterapia e chegou
a ficar 45 dias internada no hospital, sendo 30 na Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI).
Atualmente, a família de Manu vive em
Itajubá, no sul de Minas Gerais. Apesar disso, as visitas dela a São José dos
Campos continuam, já que Manu ainda não teve alta no tratamento. Ela ainda faz
um acompanhamento periódico junto ao Gacc, mas os pais confiam na cura da
filha.
"O risco da doença voltar ainda existe.
O acompanhamento estava inicialmente em uma vez por mês, mas agora está indo de
dois em dois meses. O tempo desse acompanhamento depende da evolução dela. Sete
meses sem quimioterapia representa o caminho certo. Estamos confiantes,
acreditamos na cura dela", explica o pai.
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Crise no Gacc
Fundado há 20 anos, o Gacc oferece
atendimento integral a mais de 500 crianças e jovens em 39 cidades do Vale
Paraíba e região. Desde julho de 2008, a entidade conta com o Centro de
Tratamento Fabiana de Morais (CTFM), único hospital da região habilitado pelo
Ministério da Saúde como de alta complexidade em oncologia. No local, 80% dos
pacientes atendidos são do SUS.
A unidade corre o risco de suspender o
atendimento por conta de dificuldades financeiras. A dívida acumulada apenas em
2012 soma R$ 800 mil. Além disso, o déficit mensal é de R$ 200 mil. O montante
repassado pelo SUS cobre apenas 30% das despesas. Para colaborar com o Gacc,
acesse o site www.gacc.com.br e clique no link quero fazer uma doação.
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